Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

A origem da seca que nos atinge tem endereço certo

A origem da seca que nos atinge tem endereço certo

O desmatamento por queima está provocando a desertificação de parte da Amazônia e do Pantanal. Os governos federal e estaduais não falam sobre o assunto. Pega mal, principalmente durante a campanha.

A maioria dos jornalistas não se dedica a uma editoria específica. É claro que há exceções, como a colega Ramona Ordoñez, especializada em petróleo e gás, ou Reginaldo Leme que atua há décadas na Fórmula 1. Sem demérito algum, os repórteres não especializados têm – por outro lado – a vantagem de cobrir com desenvoltura qualquer assunto. Imagine, se puder, o Reginaldo fazendo uma matéria sobre Política, por exemplo.

Poucos são os jornalistas que dominam temas específicos como o rural – a não ser que atuem no Ecovia ou no Globo Rural – ou Meio Ambiente, como o coleguinha André Trigueiro, da Globo News. Fato é que este é um tema específico que exige reflexão e estudo.

O jornalista observa a seca – fenômeno que transforma o Paraíba do Sul num misto de deserto e arroio e que, ao mesmo tempo, incendeia bairros e distritos de Petrópolis (RJ). Isso sem falar dos recordes negativos do nível de água do Sistema Cantareira (SP) que caiu para 4,7% de sua capacidade.

Repare a imobilidade das autoridades federais e estaduais para este problema e imagine se um jornalista – inquieto como ele só – consegue ficar indiferente. Pois é. Basta refletir e estudar um pouco para perceber onde está a origem da seca que nos atinge e nos causa prejuízos.

Acredite leitor, esse tema somente será discutido com razoável seriedade após o segundo turno das eleições – mas ainda antes de o país inteiro desertificar.

Quando os governos retornarem da campanha eleitoral – vencedores ou derrotados – poderão se deparar com estudos de instituições como Greenpeace ou WWF – e identificar que a origem do problema das secas no Sudeste está a milhares de quilômetros, mais precisamente na Amazônia.

Vazão idêntica à do Rio Amazonas – 200 milhões de litros por segundo – evapora na região inteira formando nuvens que resultam no rio voador – acredite, ele existe – que diariamente banha a região e é também trazido por ventos alísios para o Sul. Cerca de 40% dessa fabulosa quantidade de nuvens banha Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Cientistas observam que o desmatamento – por queima – está provocando a desertificação de parte da Amazônia e de pedaço do Pantanal. O desmatamento da Amazônia pode secar os rios aéreos. Os governos federal e estaduais não falam sobre o assunto. Pega mal, principalmente durante a campanha.(Claudio Carneiro(ON)