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Cobranças marcam debate entre Sartori e Tarso

A poucos dias do segundo turno das eleições, marcado para o próximo domingo, dia 26, os candidatos ao governo do Estado realizaram na tarde desta quarta-feira um debate em alto nível no estúdio Cristal da Rádio Guaíba. Com a mediação dos jornalistas Taline Oppitz e Juremir Machado da Silva, Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB) protagonizaram uma discussão acalorada sobre o futuro do Rio Grande do Sul. O clima esquentou quando o petista cobrava clareza nas propostas do adversário, enquanto o peemedebista chamava a atenção para o desempenho do concorrente na gestão atual, citando promessas que não foram cumpridas por Tarso.

A exemplo do debate anterior, quando Sartori e Tarso estiveram nos estúdios da TV Record RS, um dos assuntos mais citados foi a renegociação da dívida do Estado e como ela poderá afetar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul nos próximos quatro anos. 

Abaixo as falas dos candidados durante os principais trechos do debate:

Renegociação da dívida do Estado

José Ivo Sartori: "Foi feita uma promessa no começo do governo, de que iria equilibrar as finanças do Rio Grande do Sul e nunca ela se agravou tanto quanto agora. O senhor vai deixar uma herança que nenhum governo deixou em termos de finanças, estrados com mais buracos, filas na saúde, educação estagnada e violência crescendo. Arrecadou mais, gastou mais e agravou a situação."

Tarso Genro: "O senhor está contrariando os exames mais sérios feitos no ponto de vista contábil no Estado. Gravidade de divida se mede não apenas pelo tamanho, mas pela capacidade do Estado de aumentar a arrecadação. A situação financeira do Estado é melhor do que quando nós pegamos. Graças a isso foram abertos novos espaços fiscais para obtermos financiamentos."

Segurança Pública

Sartori:
"O senhor não cumpriu a promessa de melhorar a segurança para os gaúchos e gaúchas. É sempre a mesma conversa. Fala, fala e não mostra o que efetivou. Você deveria explicar porque existia o Pronasci e a Dilma sepultou o programa após a troca de ministros, que nós também fizemos parte. Nós em Caxias do Sul efetivamos o policiamento comunitário e fomos fazendo o nosso serviço."

Tarso: "Eu apresentei para a segurança pública um programa que esta sendo cumprido. A questão de segurança publica no RS, como no Brasil, é problemática. Temos situações que já melhoraram, com a redução do homicídio de mulheres, melhoria da rentabilidade da polícia na investigação dos homicídios, a desativação do Presídio Central, que nenhum governo conseguiu fazer. Nós reestruturamos a Brigada Militar e a Policia Civil."

Finanças públicas

Sartori: "O Tarso já em 2010 disse que desejava equilibrar as finanças do RS. E isso foi prometido e não se realizou. O PT era contra isso e hoje ele é favor. Existe a lei de responsabilidade fiscal para os estados e para os municípios. Ele prometeu e não fez. Permitiu que renegociação da dívida que não fosse realizada. Tinha força no governo e não realizou nada."

Tarso: "O candidato Sartori tem criticado que temos usado os recursos judiciais para chegar aos 12% da saúde. Ele disse que o Estado está impossível de governar. Eu digo que não. Eu digo que o endividamento será reduzido através destes 15 bilhões. Ele não explicitou quais os cortes que serão feitos para o Estado funcionar."

Privatizações

Sartori: "Uma das coisas que o senhor falou muito é que o grande problema foram as privatizações feitas há 20 anos. O senhor fala em coisas como saque mostrando falta de habilidade para o comportamento política. O governo do PT, do Lula e da Dilma, tem feito privatizações. Até o pré-sal tem investimentos estrangeiros, privatizações. O senhor fez tão poucas Parcerias Público e Privadas (PPPs) no Estado."

Tarso: "Nós fizemos PPPs, o Hospital da Restinga é um caso. Concessões é uma coisa, já privatizações são vendas de bens públicos. Privatizações em alguns momentos significam assumir as dívidas e entregar a possibilidade de lucros para as empresas. Nós criticamos a forma com o que foi feita, que ajudou a crescer o endividamento do Estado. O senhor fala que não fazemos PPPs e critica a que fizemos com o Banrisul em 1999."

Estradas

Sartori: “Foi criada uma empresa para criar das estradas desativando ambulâncias, atendimentos e as melhorias que haviam. Foram passadas para os municípios as responsabilidades. Aconteceu durante o governo Olívio. Ele poderia ter acabado com os pedágios e optou por fazer na ida e na volta dobrando os valores dos pedágios. O senhor vai dizer que foi normal porque estava no contrato."

Tarso: "Estamos com 20 frentes de trabalho, o que é inédito. Nós recebemos em péssimo estado de condições. Li o seu programa de governo e o senhor diz que vai utilizar a EGR para capacitar financiamento internacional para o Estado. Acho isso positivo, mas contraria o que o senhor vem dizendo do endividamento do Estado. O Projeto de Lei 99 abre espaço fiscal para mais recursos e o senhor é contra."

Mínimo regional

Sartori: "Nós já discutimos bastante sobre isso. Digo que o Lula foi contra isso porque achava que não podia ser diferente em um lugar e outro. A intervenção do Estado é importante para encontrar o equilíbrio entre os sindicatos. Já disse que isso é importante para categorias não organizadas. Vamos dialogar e encaminhar para a Assembleia o que for acertado entre as partes”.

Tarso: "Nós defendemos que o salário mínimo regional é uma política econômica porque ajuda os mais pobres. Assumimos essa política para que os mais pobres possam ter mais recursos. Isso interfere também nas questões trabalhistas. Entendemos que essa estruturação é uma política importante porque ajuda as pessoas a comerem mais, a se integrarem melhor no sistema educacional. O seu vice chefia um conjunto de empresários que é contra o salário mínimo regional."