Nanicos criam G-10 para ampliar força no Congresso

Total de parlamentares chegará a 56, com entrada do PROS e do PRB

BRASÍLIA – As mudanças que a presidente reeleita Dilma Rousseff pretende implementar em seu segundo mandato enfrentarão a oposição de um bloco novo, criado na semana passada, o auto-intitulado G-10 (PTN, PHS, PSL, PSDC, PRTB, PMN, PTC, PRP, PEN e PTdoB), que planeja aumentar ainda mais seu poder de oposição a qualquer proposta que ponha em risco a manutenção de sua existência.

As dez agremiações juntas reúnem 24 parlamentares eleitos. Conversas ocorrem também com o PROS e o PRB. O primeiro viu sua bancada cair de 20 para 11 deputados. Já o segundo fez trajetória inversa: dos 10 atuais, a legenda elegeu 21 para a próxima legislatura. Se a união entre o G-10 e as outras duas siglas vingar, o grupo chegará a 56 representantes — 11% da Câmara.

Os nanicos — que rejeitam essa denominação — já têm uma pauta própria para discutir na reforma política. O principal objetivo é impedir qualquer cláusula de desempenho que obrigue à eleição de um número mínimo de parlamentares para ter direito a recursos públicos e tempo de TV. Ela já foi aprovada na década de 1990 pelo Congresso, e derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, querem uma divisão de tempo de rádio e TV mais igualitária aos grandes partidos e reivindicam uma participação maior no Fundo Partidário — propostas que enfrentam a oposição dos grandes partidos.

— A cláusula de desempenho é injusta. O Fundo Partidário privilegia os grandes partidos, assim como o tempo de TV. É muito difícil essa regra eleitoral. É uma falsa democracia — disse a deputada federal eleita, Renata de Abreu (PTN-SP).

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