Encontro foi rápido e teve diálogo amistoso entre as partes l Foto: David Alves/Palácio Piratini
Caio Venâncio/sul 21
Embora ambas as partes tenham celebrado o “bom diálogo”, a reunião entre as equipes de transição de Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB) ocorrida no Palácio Piratini no início da tarde desta segunda-feira (24) se encerrou com o indicativo de que novas perguntas serão feitas pelos representantes do governador recém-eleito. Se antes os questionamentos eram amplos, dizendo respeito à situação econômica do estado, agora restam dúvidas “pontuais” e pedidos de informações sobre a realidade de diferentes secretarias.
Carlos Búrigo, Ibsen Pinheiro e José Fogaça, todos do PMDB, representaram Sartori no encontro. Após o grupo conhecer a estrutura física da Sala de Gestão, que deve ser mantida pelo novo governador, Fogaça falou à imprensa sobre a reunião “bem-sucedida”. A partir das respostas dadas pelo governo atual na sexta-feira (21), que o ex-prefeito de Porto Alegre considerou satisfatórias, mais três ou quatro perguntas pontuais serão elaboradas, além de dúvidas sobre a realidade de algumas secretarias específicas que não foram reveladas. “É um material complexo, com muitos dados e informações, por isso o grupo de trabalho, composto por técnicos, pediu algum tempo para fazer uma reunião com o governo”, justificou Fogaça. No dia 10 de dezembro, um seminário de início de governo deve definir os primeiros passos da administração Sartori.
Fogaça: “Dá pra saber (sobre os nomes do novo secretariado), sim, é só perguntar para o Sartori” l Foto: David Alves/Palácio Piratini
Quando questionado sobre quais seriam os nomes do secretariado a partir de janeiro de 2015, Fogaça foi irônico. “Dá pra saber, sim, só perguntar para o Sartori”, brincou, arrancando risos da imprensa. Ele também explicou que não há uma data agendada para a próxima reunião, pois os encontros serão marcados conforme a necessidade. Em relação ao novo governo, o pemedebista acredita que um velho obstáculo vai se repetir. “Montar uma estratégia para combater a dívida do estado com certeza vai ser o grande desafio do início de governo, ou mesmo dos quatro anos”, avaliou.
Chefe da Casa Civil e coordenador da equipe de transição de Tarso Genro, o petista Carlos Pestana definiu a reunião como “tranquila”. Ele explicou que as respostas aos novos questionamentos devem ser encaminhados até quarta-feira (26). Pestana evitou criar qualquer desconforto sobre a velocidade com que a transição vem ocorrendo, considerada lenta por alguns. “Eles estão trabalhando neste ritmo. É algo próprio de cada um”, resumiu.
Número e salário de CCs preocupa governador eleito do RS
O governador eleito José Ivo Sartori (PMDB) solicitou nessa segunda-feira detalhes sobre a distribuição e o número de cargos em comissão (CCs) e os dados sobre salários dos servidores do Estado. O pedido foi feito durante o segundo encontro entre as equipes de transição de Sartori e do atual governador do Estado, Tarso Genro (PT), ocorrida à tarde, no Palácio Piratini.
Os detalhamentos requisitados são resultantes da análise feita sobre o primeiro conjunto de respostas apresentadas pelo PT para os questionamentos entregues pela equipe do peemedebista há duas semanas.
Ex-prefeito da Capital, José Fogaça (PMDB), designado porta-voz da equipe de transição, informou apenas que se tratavam de detalhes relacionados com as finanças do Estado. Ele evitou comentar também se os dados solicitados serão aplicados como base de informação para realizar cortes em cargos e secretarias. “Essa decisão cabe apenas ao governador eleito”, advertiu José Fogaça, que esteve na reunião acompanhado por Ibsen Pinheiro e Carlos Búrigo, coordenador da transição pelo PMDB. Os três foram convidados a conhecer a Sala de Gestão, criada por Tarso para administrar projetos estratégicos. O PMDB pediu que seus técnicos tenham acesso à ferramenta, o que deverá ocorrer nos próximos dias.
Pelo PT, o trabalho foi coordenado pelo secretário da Casa Civil, Carlos Pestana, que sugeriu que o grupo organize também o plano para transmissão do cargo, em janeiro.
