"Não há mais nenhum viés de esquerda em Dilma Rousseff!", protesta Luciana Genro, quarta colocada na disputa pela presidência; ela critica a nomeação de Joaquim Levy no ministério da Fazenda, um "economista do ninho tucano"; "Os mercados exigem ajustes e Dilma Rousseff dá sinais de que atenderá os interesses do capital financeiro", afirma a deputada
Por Renato Dias, do Diário da Manhã
Ao indicar Joaquim Levy, nome do mercado de capitais, para o Ministério da Fazenda, e Kátia Abreu, porta-voz do latifúndio e do agronegócio para a Agricultura, Dilma Rousseff, presidente da República reeleita em outubro passado, comete um verdadeiro estelionato eleitoral. É o que afirma com exclusividade ao Diário da Manhã a bela Luciana Genro, com seu inconfundível sotaque gaúcho. Ela dobrou a votação do PSol de 2010, obtida por Plínio de Arruda Sampaio, e ficou em quarto lugar, após apontar o dedo para Aécio Neves e sapecar que "linha-auxiliar do PT uma ova". Com suas madeixas afro, deu o ar da graça no Congresso do Stiueg.
– Não há mais nenhum viés de esquerda em Dilma Rousseff!
Cáustica, a advogada filha do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ex-mulher de Roberto Robaina (PSol-RS), que distribui simpatia por onde transita, afirma que Dilma Rousseff e Aécio Neves, tucano derrotado na sucessão presidencial de 2014, são irmãos siameses.
De linhagem trotskista, ela insiste que os dois adotam o mesmo receituário liberal para enfrentar a crise que atinge o Brasil. Além disso, a ex-deputada federal que abriu uma dissidência no PT em 2003 e fundou o Partido Socialismo e Liberdade e lidera a corrente interna MES, informa que os votos de Aécio Neves são manifestações de castigo contra o PT.
PACOTE FISCAL
– Os mercados exigem ajustes e Dilma Rousseff dá sinais de que atenderá os interesses do capital financeiro!
Luciana Genro acredita que as medidas trarão desemprego, arrocho salarial, penalização ao funcionalismo público e até recuou em investimentos. "Tudo para obter o tal superávit primário e atender os interesses dos credores da dívida pública", explica. A dirigente socialista faz uma avaliação positiva de sua performance nas urnas em 5 de outubro. A votação do PSol dobrou em relação a 2010. Com Plínio de Arruda Sampaio a sigla obteve 800 mil votos. Com ela, 1,6 milhão. Mais: a bancada dos deputados federais pulou de três para cinco. Nas Assembleias Legislativas o partido terá 16 parlamentares espalhados pelo Brasil.
Com a derrota de Tarso Genro, a filha do petista não descarta a possibilidade de disputar a eleição à Prefeitura de Porto Alegre quando 2016 vier. A tática da legenda é estruturar uma frente de esquerda com Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), este último de verniz marxista e trotskista. Com a língua afiada, ele quer passar a limpo as denúncias da Operação Lava Jato, que investiga desvio de bilhões de reais na Petrobras. A líder do partido vai além. "É mais do que necessário e urgente realizar
auditorias independentes em todas as obras públicas em andamento no País", dispara.
