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América Latina teve sete eleições em 2014

América Latina realizou eleições em sete países neste ano | Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República

Samir Oliveira/SUL21

Com mais 600 milhões de habitantes e 20 países, a América Latina viveu sete eleições presidenciais em 2014. Nações do Sul e do Centro do continente foram às urnas para alternar governos, manter as mesmas forças políticas ou recolocar no poder ex-mandatários.

Foto: Juan Carlos Rojas Benavides/Casa Presidencial

Costa Rica elegeu o historiador Luis Guillermo Solís, colocando pela primeira vez o partido de esquerda Acción Ciudadana na Presidência | Foto: Juan Carlos Rojas Benavides/Casa Presidencial

O calendário eleitoral começou no dia 2 de fevereiro, quando a Costa Rica realizou eleições presidenciais. No país que proíbe a reeleição, a ex-presidenta Laura Chinchilla, do conservador Partido Liberación Nacional, não conseguiu empossar seu correligionário Johnny Araya.

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O pleito num dos mais desenvolvidos países centro-americanos deu a vitória ao historiador Luis Guillermo Solís Rivera, do socialdemocrata Partido Acción Ciudadana, que chega pela primeira vez ao poder. Ele tomou posse no dia 8 de maio para um mandato de quatro anos, depois de vencer no segundo turno o candidato apoiado pela ex-presidenta – que decidiu abandonar a campanha após não emplacar nas pesquisas.

No dia 9 de março foi a vez de El Salvador definir o futuro comando do país no segundo turno das eleições presidenciais. O pleito consagrou a continuidade da esquerda no poder, dando um segundo mandato à antiga guerrilha Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional (FMLN), convertida em partido político. O ex-presidente Maurício Funes passou a faixa para Salvador Cerén, seu vice e ministro da Educação, no dia 1 de junho.

Antonio Cruz/ABr

Juan Manuel Santos se reelegeu em acirrada disputa na Colômbia, garantindo continuidade das negociações de paz com as Farc | Foto: Antonio Cruz/ABr

A direita representada pela Alianza Republicana Nacionalista (Arena), que governo o país de 1989 a 2009, não conseguiu emplacar o opositor Norman Quijano. Mas a disputa foi a mais apertada da América Latina neste ano, com 1.495.815 votos para Cerén e 1.489.451 votos para os conservadores no segundo turno.

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No Panamá, onde não existe segundo turno, a população trocou um governo de direita por outro também de matiz conservadora. No dia 4 de maio, o ex-vicepresidente Juan Carlos Varela foi eleito com 724.762 (39,1%) votos pela aliança El Pueblo Primero. Companheiro de chapa do ex-presidente Ricardo Martinelli, do partido Cambio Democrático, ele derrotou o candidato apoiado pelo governo, José Domiungo Arias, e o concorrente do esquerdista Partido Revolucionário Democrático, o ambientalista Juan Carlos Navarro, que fez 28,1% dos votos.

Já os colombianos reelegeram o centro-direitista Juan Manuel Santos, numa acirrada disputa contra o direitista Óscar Zuluaga – candidato do ex-presidente Álvaro Uribe. O que estava em jogo no país era a continuidade das negociações de paz com os guerrilheiros das Farc. O processo havia sido iniciado no governo de Santos e enfrenta forte oposição no grupo político de Uribe, que é contrário a qualquer concessão à guerrilha. O presidente reeleito obteve 50,95% dos votos no segundo turno, no dia 25 de junho, contra os 45% obtidos por Zuluaga.

O presidente da Bolívia, Evo Morales foi impedido de pousar em 4 países europeus| Foto: Simon Wedege/CC

Evo Morales conquistou seu terceiro mandato na Bolívia, considerado pela Suprema Corte do país como o segundo mandato sob o juramento da nova Constituição, aprovada em 2009 | Foto: Simon Wedege/CC

O mês de outubro viu dois países manterem forças alinhadas à esquerda no poder: Brasil e Bolívia. No dia 26, os brasileiros reelegeram Dilma Rousseff (PT) com 54.501.118 de votos, derrotando Aécio Neves (PSDB), que recebeu 51.041.155.

Na Bolívia, o presidente Evo Morales, do Movimiento al Socialismo, conquistou seu terceiro mandato, com 61,04% dos votos, garantindo o comando do país até 2020, derrotando o opositor Samuel Doria Medina, da Unidad Nacional, que obteve apenas 24,49% dos votos.

Eleito pela primeira vez em 2005, Evo Morales governou até dezembro de 2009, tendo sido reeleito com 64,22% dos votos para um novo mandato, que começou em janeiro de 2010. Contudo, como em janeiro de 2009 a nova Constituição do país entrou em vigor, definindo a Bolívia como um Estado Plurinacional, em respeito às nações indígenas, o presidente ganhou o direito de disputar mais uma eleição. Isso porque o Tribunal Constitucional – cujos ministros são escolhidos por voto popular – entendeu que o segundo mandato de Evo foi, na verdade, o primeiro sob a luz da nova Constituição, que permite apenas uma reeleição aos mandatários.

Por fim, o ano eleitoral na América Latina se encerrou com a vitória da Frente Ampla no Uruguai, que elegeu, no dia 30 de novembro, no segundo turno, o ex-presidente Tabaré Vázquez como futuro mandatário do país. Na disputa com o conservador Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, Tabaré conquistou 1.226.105 (56,62%) votos e garante o comando do Uruguai até 2019.