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Sindicato protesta e cobra nomeações na Polícia Civil

Marco Weissheimer, Sul 21 – Os candidatos aprovados no concurso para a Polícia Civil do Rio Grande do Sul levaram um caixão para a frente do Palácio Piratini na manhã de segunda-feira (19), dando continuidade aos protestos contra a decisão do governador José Ivo Sartori (PMDB) de suspender as nomeações dos concursados. Segundo os manifestantes, o caixão simboliza o colapso na segurança pública do Estado, que pode ocorrer com a confirmação do congelamento das nomeações, cortes de horas extras e de investimentos no setor.

O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm) está apoiando a mobilização e quer que o governador José Ivo Sartori convoque imediatamente os aprovados. Segundo o sindicato, a falta de pessoal nas delegacias já está colocando em risco a segurança da população. Isaac Ortiz, presidente do sindicato, apontou a contradição entre os aumentos salariais sancionados na semana passada pelo governador para o primeiro escalão do Executivo, Legislativo e Judiciário e os cortes que já estão prejudicando a qualidade de serviços públicos essenciais:

"Os altos salários são reajustados enquanto as horas extras e as promoções da Polícia Civil correm o risco de atrasos. Além disso, nossos concursados não foram convocados, contrariando autorização do ex-governador. Também foram prejudicadas as empresas terceirizadas responsáveis pela manutenção e limpeza das delegacias".

Quarteis de bombeiros ameaçam fechar portas

O corte no pagamento de horas extras na área da segurança também pode provocar o fechamento de quarteis do Corpo de Bombeiros no Estado. Na sexta-feira, o quartel do bairro Mathias Velho, em Canoas, chegou a fechar suas portas. A unidade voltou a funcionar 24 horas depois do governo garantir que as horas extras dos bombeiros serão pagas. Com baixo efetivo, o Corpo de Bombeiros advertiu que parte das unidades da Região Metropolitana também podem deixar de atender nos próximos dias, se o problema persistir. Ainda segundo o comando da corporação, na região de Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada, os trabalhos funcionarão por meio de um sistema de rodízio.

Redução do número de policiais nas ruas

O corte de horas extras também afeta o trabalho da Brigada Militar. A decisão do governo estadual de reduzir em 40% o total de horas extras dos PMs deve reduzir o número de policiais nas ruas, segundo avaliação da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar (ABAMF). O presidente da entidade, Leonel Lucas, assinala que, hoje, de cada cinco brigadianos, quatro fazem hora extra, e o déficit de efetivo varia de 11 a 12 mil brigadianos.

As duas mil pessoas aprovadas em concurso público para integrar a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros não serão chamadas para os cursos preparatórios, conforme informou o comandante da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas. Os últimos concursos públicos para essas corporações aprovaram 1,6 mil pessoas para o policiamento ostensivo e 400 para os Bombeiros. As 120 promoções de oficiais previstas para 2015 também devem ser adiadas.