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Dilma buscou saída honrosa para amiga Graça

247 – Amiga pessoal da presidente Dilma Rousseff, Graça Foster conseguiu uma saída honrosa de seu posto de presidente da Petrobras. Ela terá até o final do mês para divulgar os valores das baixas contábeis a serem feitas em razão das perdas com a corrupção apurada pela Operação Lava Jato e, então, encerrar sua missão. Não será, portanto, defenestrada, mas, ao contrário, cumprirá o rito de uma solução negociada. Ela entrou para a companhia em 1978, como estagiária, e assumiu o comando, a convite de Dilma, em fevereiro de 2012. 

Depois de ter superado todos os boatos e rumores sobre sua própria demissão, Graça não resistiu à falta de informação sobre quanto, afinal, a estatal terá de reservar de seu caixa para cobrir os buracos abertos pelos desvios de recursos que vão sendo apurados pela Lava Jato. A falta dessa informação na última entrevista de Graça à imprensa frustrou Dilma, que esperava uma ‘lição de casa’ bem mais completa.

Agora, Graça terá a missão de contabilizar os prejuízos e transferir para seu sucessor no cargo a tarefa de estabelecer um novo padrão de governança para a companhia. A ausência de uma diretoria de Compliance, que fiscaliza a atuação das demais, chamou a atenção do mercado, negativamente, para a falta de controle interno na gestão de Graça.

A confiança extrema da ainda presidente da estatal na equipe da companhia é explicável. Ex-estagiária que conhece pelo nome grande parte dos funcionários que trabalham na sede da empresa, no centro do Rio de Janeiro, Graça sempre se sentiu entre amigos dentro da Petrobras. Mulher de hábitos espartanos, com pequeno patrimônio pessoal, Graça se ocupou, como ela mesma diz, de cuidar da ‘produção, produção e produção’. Neste campo, deu um show, com a estatal batendo seguidos recordes de extração de petróleo e superando, uma a uma, todas as metas estabelecidas para o pré-sal.

Engenheira de formação e ligada também emocionalmente à Petrobras, Graça passou incólume, do ponto de vista pessoal, pelo escândalo – mas caiu por não ter sabido dar respostas urgentes às demandas de saneamento da companhia. Seu maior erro parece mesmo que foi o de confiar demais. Dilma, nesse quadro, considerou todo o histórico da amiga de dedicação à companhia e não quis promover uma troca abrupta, de modo a poupar Graça o o mais possível. O mercado responderá amanhã se gostou da solução.