Comemoramos o recorde de inscritos no Prouni neste semestre: mais de 1,5 milhão de brasileiros e brasileiras, 21% a mais do que no início de 2014. Ao mesmo tempo que vemos a expansão do ensino superior no Brasil, no Rio Grande do Sul nos preocupa a possibilidade de retrocessos no fortalecimento da Uergs, uma universidade que no governo Tarso teve mais de 180% de incremento em seu orçamento entre 2010 e 2014.
Além de seu evidente papel na construção do conhecimento e auxílio na qualificação dos nossos jovens, cabe destacar o papel desta instituição enquanto propulsora do desenvolvimento econômico nas regiões que abrigam seus polos. A Uergs não só movimenta a economia dessas cidades como evita que os estudantes deixem sua região em busca de qualificação profissional, um problema histórico de descentralização de mão de obra que tanto atormentou o interior do Estado antes da implantação das universidades públicas. Muitos estudantes não tinham condições de pagar mensalidades em instituições privadas ou se deslocar para grandes centros onde estavam as universidades federais.
As especulações em torno do fim de fundações e autarquias coloca em risco a continuidade da Uergs. No seu 14º ano de existência, com mais de 3,3 mil e 212 professores, espalhados em 23 unidades e com mais de 50% de reserva de vagas a estudantes carentes beneficiários de bolsa, a comunidade acadêmica nutria uma expectativa de seguir crescendo, de contratação de mais professores e aumento no repasse de verbas (o que vinha acontecendo progressivamente no último governo), possibilidades que, mediante as colocações do atual governador, ficam frustradas. Não podemos permitir que os avanços conquistados no governo Tarso cessem ou retrocedam.
A importância da Uergs para o desenvolvimento do Estado é indiscutível. Precisamos encontrar um norte para a saúde da instituição que, hoje, devido a sua natureza jurídica, só pode receber recursos públicos. Anseio dos movimentos sociais gaúchos que reclamavam o fato de o Estado não ter uma instituição pública estadual de nível superior, a Uergs não pode fechar as portas. Esperamos, com esforço, união e dedicação do atual governo, que a continuidade plena das atividades seja garantida. Como estará a Uergs daqui 10 anos? Esperamos que firme e forte em seu propósito de ser uma política pública de ensino que valoriza a qualificação da juventude, o desenvolvimento regional e o crescimento econômico do Rio Grande.
Manuela D’ Ávila é deputada estadual pelo do PCdoB