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Ministros afirmam que protestos são legítimos e prometem pacote contra corrupção

Débora Fogliatto/sul21

Na noite deste domingo (15), em que centenas de milhares de pessoas foram às ruas em todo o Brasil para protestar contra o governo federal e a corrupção, os ministros José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto se pronunciaram sobre o ocorrido. Os ministros da Justiça e da Secretaria-Geral da Presidência, respectivamente, demonstraram respeito às manifestações e disseram que será anunciado um pacote contra a corrupção.

Eles falaram, no Palácio do Planalto, que o governo está atento ao que ocorre no país e destacaram a disposição para o diálogo da administração. “Defendemos a liberdade de opinião e manifestação desde que a lei e a ordem seja respeitada. O governo está atento e revela a disposição que sempre teve de ouvir as vozes das ruas, as manifestações de brasileiros e brasileiras”, garantiu Cardozo.

O ministro da Justiça apontou que o governo respeita as divergências e defende que “pessoas dialoguem com tolerância para que possamos encontrar o melhor caminho para o país”. Ele deu ênfase ao combate à corrupção e impunidade e afirmou que a presidente Dilma Rousseff (PT) irá anunciar, durante esta semana, um conjunto de medidas para combatê-las.

Cardozo também pediu pela reforma política, destacando que a “atual conjuntura aponta para uma necessária mudança no nosso sistema político eleitoral”, que classificou como “anacrônico”. “Não é mais possível que haja financiamento empresarial de campanhas eleitorais”, defendeu.

| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ministros destacam disposição para o diálogo por parte do governo | Foto: José Cruz/Agência Brasil

Já Rossetto demonstrou maior preocupação com o teor dos protestos, destacando que um pedido de impeachment seria “infundado” e que não são aceitáveis manifestações que o pedem ou que defendem o fim do Supremo Tribunal Federal. Ele também destacou as dificuldades financeiras, assumindo que a economia chegou ao final de 2014 abaixo do que era esperado. “Queremos arrumar as contas públicas em um período rápido. É possível construir essa agenda”, disse.

Mas ao responder perguntas de jornalistas, o ministro lembrou que a situação econômica do Brasil “é sólida, não se assemelha com a da Grécia ou da Espanha”. Ele ainda destacou que o governo atual combate a corrupção existente há muitos anos no país.

Para Cardozo, os pedidos de volta ao período militar não devem preocupar, pois partem de uma “minoria de brasileiros que defendem a intolerância. Passamos tempo muito difíceis, maior parte dos brasileiros tem claro compromisso com a democracia”, afirmou, apontando não considerar que o governo está fragilizado, pois Dilma foi eleita com 55 milhões de votos.