“A questão da democracia no Brasil já está sendo dilapidada. Ninguém é contra a luta contra a corrupção, todo mundo é duramente a favor. Mas está havendo na luta contra a corrupção um regime de exceção não declarada, onde todo o processo está sendo instrumentalizado politicamente pela burocracia estatal, por setores do poder Judiciário e pelo Ministério Público para derrotar o que resta da utopia democrática de esquerda”, disse o ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, sobre a condução da operação Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro
23 de Abril de 2015 às 07:08
247 – O ex-ministro da Justiça e ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, criticou nesta quarta-feira, 22, a condução da operação Lava Jato pelo juiz Sérgio Moro. Segundo ele, "está havendo um regime de exceção não declarado na luta contra a corrupção no País".
Em palestra na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, com o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, Tarso disse que uma articulação de setores do poder Judiciário e do Ministério Público quer destruir a “utopia de esquerda”:
“A questão da democracia no Brasil já está sendo dilapidada. Ninguém é contra a luta contra a corrupção, todo mundo é duramente a favor. Mas está havendo na luta contra a corrupção um regime de exceção não declarada, onde todo o processo está sendo instrumentalizado politicamente pela burocracia estatal, por setores do poder Judiciário e pelo Ministério Público para derrotar o que resta da utopia democrática de esquerda”, disse.
“Quando o juiz Moro se dedica a estabelecer uma jurisdição nacional, inquéritos que não existem, estamos nos encaminhando para uma flexão autoritária contra a esquerda”, acrescentou.
Ele participou de uma reunião com militantes, que buscam criar uma Frente Nacional para recuperar a credibilidade da esquerda brasileira.