Em maio de 2012, Dátolo contrariou a ordem de Dorival Júnior e perdeu pênalti contra o Fluminense. Em maio de 2015, ele foi vilão mais uma vez. Nesta quarta-feira (13) no Beira-Rio, o camisa 10 do Atlético-MG errou ao tentar recuar e serviu Lisandro López. Com a falha dele, o Internacional liquidou o Atlético-MG: 3 a 1 e vaga garantida nas quartas de final. É bem verdade que antes da falha, Valdívia e D’Alessandro já haviam feito dois golaços, mas Lucas Pratto marcou e deixou o confronto aberto. Até o erro acabar com a tensão.
O Atlético-MG precisava muito do seu mantra ‘eu acredito’ e deixa Porto Alegre tentando acreditar no que aconteceu aos 36 minutos do segundo tempo. Sozinho, Dátolo deu um toque curto de cabeça para recuar. Acabou servindo Lisandro López. E o camisa 17 conferiu, liquidando com a partida que era tensa e tomada ares de épica.
Na próxima fase, o Inter pega o Santa Fé-COL. A classificação do Colorado foi justa e construída no primeiro tempo. Na base da sólida defesa e da efetividade incrível que vem se tornando marca registrada no time de Diego Aguirre.
Fases do jogo: O Atlético-MG contrariou a lógica e foi quem começou mandando no jogo. Propondo a partida, o time de Levir Culpi encontrou do outro lado um Inter para lá de aplicado taticamente. Valdívia era o encarregado de seguir Patric e Ernando colava em Luan. A dupla do Colorado segurou o dueto adversário na maioria dos lances e foi vital para a estratégia armada por Diego Aguirre.
Compacto e bem postado na marcação o Inter, então, repetiu o que já havia feito contra o Grêmio na final do Gauchão. Esperou os espaços para atacar e ser efetivo também. Depois de 20 minutos de pressão do Galo, Valdívia recebeu lançamento e bateu por cobertura. Adiantado, Victor viu de camarote um golaço que mudou a partida. Em desvantagem, o Atlético-MG ficou nervoso e só criou uma boa chance. Thiago Ribeiro chutou de fora da área e Alisson desviou com a ponta dos dedos. No escanteio, Jemerson chegou a empatar de cabeça, mas o lance foi anulado por falta de Leonardo Silva em Rodrigo Dourado.
Aos 46, o Inter voltou a ser efetivo. Traiçoeiro. Quando o time visitante acumulava posse de bola e tentava acossar pelos lados, Sasha e William fizeram jogada combinada na direita e D’Alessandro ficou com um rebote. No bico direito da área, o gringo transformou o que parecia um lance morto em pintura. Com um chute cheio de efeito, o camisa 10 vitimou Victor novamente – como já havia feito em tantos Gre-Nais. Adiantado outra vez, o goleiro teve menos culpa do que da primeira vez em virtude da precisão do argentino.
No intervalo, Levir sacou Leandro Donizete e Thiago Ribeiro e foi para o tudo ou nada. O Inter trocou Eduardo Sasha, lesionado, por Jorge Henrique. Sem nada a perder, o Atlético-MG criou uma pressão superior ao do primeiro tempo e conseguiu descontar. Pratto recebeu cara a cara com Alisson e executou com perfeição. O empate poderia ter acontecido com o argentino em outras duas vezes, mas o goleiro gaúcho salvou. No rebote de uma das chances, Luan acertou o travessão. Nem a entrada de Nico Freitas, na vaga de Jorge Henrique (que jogou só 20 minutos), reequilibrou a partida.
Quando o final se encaminhada para ser tenso, Dátolo decidiu. Só que contra o seu time. Assim como foi em 2012, contra o Fluminense com a camisa do Inter, o meia errou. Ao tentar um recuo de cabeça, ele deixou Lisandro López cara a cara com Victor. 3 a 1 e vaga nas quartas de final definida. Ainda houve tempo para Alisson fazer outra defesa incrível, com um salto à la handebol.
O(s) melhor(es): Valdívia – foi inteligente para marcar o primeiro gol do Inter e seguiu sendo válvula de escape do Colorado no tenso segundo tempo.
O(s) pior(es): Jorge Henrique – meia-atacante entrou no lugar do lesionado Eduardo Sasha e ficou apenas 20 minutos em campo. Não conseguiu seguir o ritmo da partida e foi sacado depois de sair do banco em troca tática. Victor – goleiro estava adiantado nos dois gols do Inter e mesmo defendendo falta de Valdívia, podia ter feito mais.
Chave do jogo: pontaria – Inter foi mais efetivo e aproveitou as chances criadas. Atlético-MG teve mais posse de bola, mas pecou ao finalizar e ainda viu a bola explodir no travessão.
Toque dos técnicos: Diego Aguirre e Levir Culpi começaram o jogo com os times espelhados. O 4-2-3-1 de ambos procurava os lados do campo e jogadas de infiltração, mas foi o Inter quem melhor reagiu a um jogo intenso e compacto. No intervalo, o Galo se jogou para cima e viu o Colorado dar espaço. A pressão da equipe mineira deixou a partida aberta até o fim.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 3 X 1 ATLÉTICO-MG
Data e hora: 13/05/2015 (quarta-feira), às 22h (Brasília)
Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Público: 42.888 pessoas (39.123 pagantes)
Renda: R$ 1.833.035,00
Árbitro: Julio Bascuñan (CHI)
Auxiliares: Carlos Astroza e Raul Orellana (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Ernando (INT); Leandro Donizete, Douglas Santos, Luan (CAM)
Gols: Valdívia, aos 21 minutos e D’Alessandro, aos 46 minutos do primeiro tempo (INT);
INTERNACIONAL: Alisson; William, Alan Costa, Juan e Ernando; Rodrigo Dourado, Aránguiz, Eduardo Sasha (Jorge Henrique (Nico Freitas)), D’Alessandro (Réver) e Valdívia; Lisandro López
Técnico: Diego Aguirre
ATLÉTICO-MG: Victor; Patric, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos (Jô); Leandro Donizete (Giovanni Augusto), Rafael Carioca, Luan, Dátolo e Thiago Ribeiro (Maicosuel); Lucas Pratto
Técnico: Levir Culpi