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Deputado assiste a vídeo pornô durante votação da reforma política em Brasília

Parlamentar admitiu ter acessado conteúdo inadequado através do aplicativo WhatsApp. (Foto: André Coelho/AG)

O deputado federal João Rodrigues (PSD-SC) admitiu ter assistido a um vídeo pornográfico na tela de seu telefone celular, na quarta-feira, durante uma sessão, no plenário da Câmara, em que eram votados pontos fundamentais do projeto de reforma política. A atitude havia sido denunciada em reportagem da emissora de televisão SBT, mostrando o parlamentar conferindo o suposto vídeo, ao lado de colegas.

Por meio de redes sociais, Rodrigues justificou ter recebido o vídeo de usuários de um dos grupos de conversa dos quais participa no aplicativo WhatsApp e que só percebeu o teor sexual do material após acessá-lo. Também assumiu ter chamado colegas para verem o que ele havia recebido, mas que deletou o vídeo em seguida, para evitar que ficasse arquivado em seu celular.

“Acho uma covardia tremenda [a exploração do fato]. A sensação que dá é de que se trata de um pedófilo ou de um pornográfico, mas na verdade só estou apagando uma mensagem que veio, no WhatsApp, de alguém que gosta de pornografia”, declarou o deputado catarinense de 48 anos, casado e pai de duas filhas.

Ex-radialista e ex-prefeito dos municípios catarinenses de Chapecó e Pinhalzinho, Rodrigues está em seu segundo mandato de deputado federal. No momento em que foi flagrado acessando o material pornográfico, havia sobre a sua mesa o convite para uma missa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

“Eu abri para ver o que era a imagem, coloquei embaixo da mesa, cutuquei os deputados que estavam do meu lado, disse ‘olha o que me mandaram’ e eliminei o vídeo. Não estava vendo, só abri para apagar. Se eu não apago, vem para a minha base de dados e minha filha de 10 anos, que brinca com o meu celular, pode ver.”

Rodrigues, que calcula em cerca de 70 o número de grupos nos quais está inscrito no WhatsApp, relatou serem frequentes os vídeos pornográficos que recebe em seu telefone. “Se eu disser que é a primeira vez, vou estar mentindo”, admitiu.

“Não é para mim, é para o grupo, todo mundo manda isso. São meus amigos, trocando mensagens em grupos privados. A gente recebe e não sabe o que contém. Todo mundo tem [o aplicativo]. Se não abrir, não consegue deletar. Francamente, são meus amigos, não vou condená-los. Estão fazendo internamente, nada que seja proibido. É imoral, sim. Mas é brincadeira interna.”

Durante a sessão em que se verificou o incidente, a Câmara aprovou o fim da releição para presidente da República, governadores e prefeitos. Mais cedo, na votação de outra parte da reforma política e com uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Parlamento havia rejeitado o financiamento exclusivamente público e aprovado a doação de empresas para partidos nas campanhas.

 

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