Para enfrentar a crise financeira, o governo gaúcho anunciou o pagamento parcelado dos salários de julho dos servidores estaduais; receberão os vencimentos integrais os funcionários com remuneração de até R$ 2.150; para os cerca de 168 mil servidores (48% dos 350 mil) que recebem acima desse valor, o salário será pago em duas parcelas, e terceira parcela será depositada com quase um mês de atraso; secretário da Fazenda, Giovani Feltes também admitiu que o Estado não deverá quitar o pagamento da dívida com a União; com o calote, haver pode bloqueio de repasses financeiros ao RS
31 de Julho de 2015 às 14:24
Rio Grande do Sul 247 – Para enfrentar a crise financeira, o governo do Rio Grande do Sul, comandado por José Ivo Sartori (PMDB), anunciou nesta sexta-feira (31), o pagamento parcelado dos salários de julho dos servidores estaduais do Estado. Receberão os vencimentos integrais os funcionários que recebem até R$ 2.150.
Para os cerca de 168 mil servidores (48% dos 350 mil) que recebem acima desse valor, o salário será pago em mais duas parcelas: R$ 1.000 até 13 de agosto e o restante até 25 de agosto. A terceira parcela será depositada com quase um mês de atraso, seis dias antes da data de pagamento do salário de agosto, que também deverá ser parcelado.
"Não é chororô, é falta de dinheiro", afirmou o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, em coletiva de imprensa. O dirigente admitiu que o Estado não deverá quitar o pagamento da dívida com a União. Nos dois últimos meses, o governo gaúcho atrasou o pagamento, mas honrou o compromisso. "Pode ocorrer que, nos próximos meses, não conseguiremos pagar a dívida para União", acrescentou Feltes.
Com o calote, a União pode bloquear repasses financeiros ao RS. "Torcemos para que não haja bloqueios, mas é muito provável que possa ocorrer", disse.
O parcelamento afeta somente os funcionários do Poder Executivo. Com a decisão, os professores da rede estadual decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de segunda (3). Os policiais da Brigada Militar também decidiram que só atuarão nas ruas apenas em caso de emergência.
De acordo com o secretário, faltaram R$ 360 milhões para pagar a folha de julho, faltaram. Feltes informou, ainda, que foi preciso sacar R$ 200 milhões dos fundos destinados a depósitos judiciais. O secretário afirmou que a crise foi agravada em consequência da queda da arrecadação estadual e da redução das transferências da União.