Ao deixar o ministério da Fazenda hoje em Brasília, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, disse que ainda não tem uma solução para o bloqueio das contas do estado pela União, medida adotado pelo governo federal em razão do não pagamento, pelo estado, da parcela da dívida referente ao mês de julho; "Ninguém passou calote nenhum: apenas não cumprimos uma parte [do acordo com a União]", afirmou Sartori
12 de Agosto de 2015 às 15:11
Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil
Ao deixar nesta quarta-feira (12) o ministério da Fazenda, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, disse que ainda não tem uma solução para o bloqueio das contas do estado pela União.
Dando cumprimento à lei, o governo federal determinou o bloqueio das contas em razão do não pagamento, pelo estado, da parcela da dívida com a União referente ao mês de julho. Enfrentando dificuldades financeiras, o governo do Rio Grande do Sul decidiu pagar os salários atrasados dos servidores. Em compensação, suspendeu as obrigações com a União.
Sartori disse que a atitude adotada pelo Rio Grande do Sul não constitui confronto com o governo federal. Evitou também apontar culpados pela dívida do estado. "Ninguém passou calote nenhum: apenas não cumprimos uma parte [do acordo com a União]", disse.
O governador foi recebido pelo Secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, mas não conseguiu encontrar-se com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como constava na agenda. Sartori não informou como o problema – após o bloqueio da União – será resolvido.
"Quanto ao futuro eu devo dizer com toda a tranquilidade do mundo: por enquanto, os servidores foram pagos", acrescentou.
Segundo Sartori, assim como o governo federal vem realizando um ajuste fiscal, o estado do Rio Grande do Sul também tem cumprido metas e ações com a finalidade de viabilizar as condições para que estado melhore financeiramente.
"Evidentemente vamos estudar qual a melhor maneira e a melhor solução. Não é uma situação momentânea. Ela vai se prolongar em outras ocasiões", observou.
Para Sartori, a obrigado do governo estadual é buscar o diálogo. "Esperamos compreensão e uma solidariedade ativa em relação às finanças do Rio Grande do Sul", disse.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que também esteve no Ministério da Fazenda, o ano de 2015 é complexo em razão do ajuste fiscal. Acrescentou, porém, que os estados não podem ser prejudicados porque um determinado "ente federativo não fez o dever de casa ou não cumpriu com o dever fiscal".
No Ministério da Fazenda, Camilo Santana tratou da liberação de créditos oriundos de organismos internacionais, entre eles o Banco Interamericano de Desenvolvimento, para obras que estão em andamento no estado, como estradas e na área da saúde.