Coordenação do movimento unificado realizou reunião na segunda-feira (24) e discutiu cruzar os braços por quatro dias em caso de novo parcelamento no salários de agosto, possibilidade já acenada pelo Palácio Piratini; movimento baterá o martelo sobre o calendário de atividades na quarta-feira (26); Comando dos Professores do Rio Grande do Sul adiantou que a orientação para as escolas é de paralisar já na próxima segunda-feira, data em que os vencimentos dos servidores são depositados
25 de Agosto de 2015 às 09:24
Jaqueline Silveira, do Sul 21
A coordenação do movimento unificado dos servidores estaduais realizou uma reunião na tarde desta segunda-feira (24), para discutir ações, em virtude do parcelamento de salários da folha de agosto, possibilidade já acenada pelo Palácio Piratini. Entretanto, o movimento baterá o martelo sobre o calendário de atividades só na próxima quarta-feira (26).
Apesar de algumas ações serem definidas só na quarta, a coordenação confirmou greve de quatro dias a partir de 31 de agosto, caso os salários não sejam pagos integralmente. A presidente do Comando dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), Helenir Aguiar Schürer, adiantou, inclusive, que a orientação para as escolas é de paralisar já na próxima segunda-feira – data em que os vencimentos dos servidores são depositados – e por sua vez, devem avisar na sexta-feira (29) pais e estudantes de que não haverá aulas por quatro dias. “Nós retomaremos a greve e como são crianças têm de ser avisadas com antecedência”, destacou a professora, que dá como certo o parcelamento dos salários.
Por conta do atraso no pagamento dos vencimentos e do projeto de criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que veda aumentos salariais sem previsão de receita, os servidores já fizeram três dias de greve, do dia 19 a 21 de agosto. A decisão foi tomada em assembleia com a participação de milhares de servidores no Largo Gênio Peres, data em que a categoria também decidiu nova paralisação em caso de o governo parcelar novamente os salários. A folha de julho foi paga em duas vezes.
Helenir afirmou que a coordenação definiu recorrer à Justiça se for confirmado o corte do ponto dos funcionários pelos três dias de greve. Ela argumentou que o Supremo Tribunal Federal (STF) referendou o direito de greve e que o corte seria ilegal. “O corte do ponto e dos salários é um ataque aos direitos dos servidores”, ressaltou a presidente do Cpers. Sobre a possibilidade de negociação com o governo, ela disse que a coordenação, que representa 43 entidades, não foi procurada e que também não estão dispostos a se reunir “só para conversar”. “Parece que negociar não é o forte desse governo”, alfinetou a professora.
Aquartelamento dos brigadianos
A Brigada Militar também pretende reagir imediatamente caso o salário não seja pago integralmente. “Vamos aquartelar, só falta definir quantos dias”, afirmou o presidente da Associação de Cabos e Soldados da BM, Leonel Lucas. Isso quer dizer que os brigadianos irão para as suas unidades de trabalho no dia 31, porém permanecerão nos quartéis e só atenderão os crimes contra a vida. A mesma medida valerá para os bombeiros. Lucas adiantou que a decisão do aquartelamento foi tomada na assembleia geral da categoria em 18 de agosto.