Servidores estaduais receberam na quinta-feira a segunda parcela dos seus salários de agosto, no valor de R$ 800, um dia antes do previsto; mesmo assim líderes dos movimentos grevistas decidiram continuar o cronograma de ações, afirmando que permanecem em “estado de greve”; foco dos servidores agora é pressionar a Assembleia Legislativa a não aprovar projetos que, na avaliação deles, retiram direitos dos trabalhadores; somando com a primeira parcela, de R$ 600, foram regularizados até o momento os vencimentos de 32% do funcionalismo (aqueles que ganham até R$ 1,4 mil)
11 de Setembro de 2015 às 11:21
Os servidores do Executivo do Rio Grande do Sul receberam na quinta-feira a segunda parcela dos seus salários de agosto, no valor de R$ 800, um dia antes do previsto. No mesmo dia, o Movimento Unificado — que representa as mais de 40 categorias do funcionalismo — decidiu recomendar a suspensão da paralisação a partir desta sexta. Contudo, representantes de entidades dizem que o pagamento da segunda parcela não altera em nada o cronograma de ações do movimento, afirmando que permanecem em “estado de greve” e que o foco dos servidores agora é pressionar a Assembleia Legislativa a não aprovar projetos que, na avaliação deles, retiram direitos dos trabalhadores.
As lideranças das categorias do funcionalismo se reuniram na quinta para deliberar sobre os próximos passos do movimento unificado do funcionalismo. Segundo Sérgio Arnoud, presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do RS (Fessergs), foi decidido recomendar a interrupção da paralisação a partir desta sexta-feira ao mesmo tempo que foram estabelecidas novas orientações para as próximas paralisações.
“Vamos parar nos dias 15 e 22 para participar ativamente dentro da Assembleia Legislativa na votação dos projetos que atingem os direitos do funcionalismo”, disse Arnoud, acrescentando que, em casos de novos parcelamentos dos salários, a recomendação é que as categorias parem por 3 dias a cada parcela paga.
Sobre o pagamento da segunda parcela, ele diz que não alterou em nada o cronograma e ainda considerou que o atraso nos salários é uma estratégia política do governo do Estado. “Nós consideramos que o governo está mantendo o parcelamento apenas para forçar a aprovação de projetos, especialmente o aumento de impostos”, afirmou Arnoud.
Já Ricardo Agra, vice-presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar (BM), afirmou que a paralisação está sendo interrompida, mas o foco da corporação passará a ser centrado em pressionar os deputados estaduais. “Agora eles que têm o poder ou não de vetar os projetos do governo”, disse.
Os servidores tentam pressionar os deputados a barrar a aprovação de uma série de projetos de ajuste encaminhados pelo governo de José Ivo Sartori (PMDB) para a AL. Eles são especialmente contrários às propostas de aumento de impostos, a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual e a criação da previdência complementar para os servidores que ganham acima do teto do INSS.
Segundo Agra, as categorias representativas da BM continuarão a participar do acampamento na Praça da Matriz ao lado das demais categorias do funcionalismo e irão também se juntar aos servidores fazendo protestos e visitando os deputados em suas bases eleitorais.
Sobre o pagamento da segunda parcela, ele concorda que não muda nada. “Os soldados da BM que recebem R$ 2.632 continuam com seus salários incompletos”, disse.
Somando com a primeira parcela, de R$ 600, foram regularizados até o momento os vencimentos de 32% do funcionalismo (aqueles que ganham até R$ 1,4 mil). As próximas parcelas estão agendadas para serem pagas nos dias 15 e 22. (sul-21)