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Tarso condena acordão para salvar a pele de Cunha

Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro reagiu, nesta quinta (15), à informação de que o seu partido, o PT, estaria negociando um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para impedir a tramitação do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ao tempo em que a bancada petista não apoiaria a cassação do peemedebista; "Sinceramente, custo a crer. Se isso, porém, for verdadeiro, deputados do PT – ressalvados os trinta e dois que assinaram o pedido de cassação de Cunha – estarão cometendo o mais grave erro coletivo, político e ético, da história da bancada", afirmou; ele pondera que "há um golpismo em andamento, promovido pela direita neoliberal, por forças políticas tisnadas pela corrupção e por uma grande parte da mídia" e que fazer o suposto acordo é "entregar a alma ao diabo"; "Estaremos nós, daí, unidos com o cambaleante Cunha, em direção a uma nova condenação no Supremo! E a crise do PT, mesmo não governando, tornar-se-á ainda mais dramática", diz

15 de Outubro de 2015 às 12:48

247 – Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro reagiu à informação de que o seu partido, o PT, estaria negociando um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para impedir a tramitação do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ao tempo em que a bancada petista não apoiaria a cassação do peemedebista.

"Circula na imprensa – blogs e jornalões – de hoje, que a parte da bancada petista que obedece as orientações políticas da maioria que dirige o Partido, estaria negociando bloquear o processo de cassação de Eduardo Cunha, na Câmara Federal, em troca da sua posição de não dar o processamento, aliás ilegal, que vem promovendo, do impedimento da Presidenta. Sinceramente, custo a crer. Se isso, porém, for verdadeiro, deputados do PT – ressalvados os trinta e dois que assinaram o pedido de cassação de Cunha – estarão cometendo o mais grave erro coletivo, político e ético, da história da bancada", afirmou.

Para Tarso Genro, "trata-se da não compreensão da "interdependência necessária", entre fins e meios na política, que um partido de esquerda deve observar para criar, não somente uma referência política e programática na sociedade, mas também uma referência intelectual e moral, no espaço democrático".

Ele pondera que "há um golpismo em andamento, promovido pela direita neoliberal, por forças políticas tisnadas pela corrupção e por uma grande parte da mídia". "As armas de defesa do Governo não são uma bancada politizada e unificada nem as suas medidas econômicas e monetárias, mas a sua legitimidade colhida nas urnas e a integridade pessoal da presidenta. Fazer este acordo é "entregar a alma ao diabo". É se colocar no mesmo nível dos defensores do impedimento, que tinham – até ontem – Cunha como o seu líder mais coerente e reconhecido. Fazer este acordo é confirmar a tese da "grande mídia", que a política não "vale a pena" e que todos são iguais", atacou.

O petista ainda diz que "fazer este acordo é colocar, pela primeira vez, dentro da crise, a disputa política num outro nível: ou seja, a disputa entre duas ilegitimidades, que ficarão então registradas, tanto do Governo como da Oposição". "É também um erro político, nesta situação concreta, pois quem obtém vantagens na disputa, que se configuraria com este acordo, é a oposição golpista (nem toda ela o é), que conta, a seu favor com o massacre diário, que é feito pela grande imprensa, contra Dilma, contra o PT e contra a esquerda. Estaremos nós, daí, unidos com o cambaleante Cunha, em direção a uma nova condenação no Supremo! E a crise do PT, mesmo não governando, tornar-se-á ainda mais dramática", reforça.