quinta-feira, agosto 07, 2014
Os Tápes
É preciso lembrar também, que existe uma idade das trevas na história dos Tápes – Este período vai da segunda metade 1972 a começo de 1975. São cerca de 2 anos e meio, que tudo o que se sabe são noticias de jornais. Mas, de áudio, pouco, ou nada ficou. De 1980 em diante muita musica foi criada, muitas foram arranjadas, ensaiadas, aprontadas, mas a comodidade de cantar prontamente o que já conheciam, ou algo que não sei explicar; acabou deixando esquecidas as coisas que criavam a bel prazer, e muitas se perderam).
Na verdade, tanto a primeira apresentação, no "anoitecer da colorida década de 60", ou talvez no "amanhecer da musical década de 70" (embora politicamente ambas cinzentas) / quanto a ultima apresentação dos Tápes; é difícil de se precisar componentes, datas e condições: – Porque, entre eles mesmos, sempre houve divergências quanto estas datas no seu sentido original. E por ter sido um grupo musical livre, sem as presilhas de contratos, ou regras pré estabelecidas com a mídia, por opção própria; houve várias versões dos Tápes, e a o curso da história do grupo, muitas pessoas em fazes diferentes o compuseram, no palco e fora dele. Porém sempre caracterizados pelo mesmo sentido politico musical, (Independência da música, para viver).
No entanto, o surgimento do grupo para a imprensa da época, ficou como oficial o ano de 71, talvez ligado a peça musical Canto Vida e Sisma De Um Farrapo composta literariamente por Cládio Boeira Garcia, e musicalmente por José Waldir Garcia e José Cláudio Machado, primeiro trabalho musical realmente relevante dos Tápes, entre tantos. O próprio nome do grupo musical segundo história contadas por pessoas ligadas a música da época na região, foi posto por um radialista e programador de eventos da cidade vizinha, Camaquã; pois se apresentavam sem nome para a formação, e as vezes por causa disto eram chamados, como; "os rapazes de Tápes", ou "os de Tápes": Então, em uma ocasião de uma apresentação nesta cidade, este Senhor ligado a promoções de acontecimentos musicais, e que já os conhecia, os apresentou proclamando-os como; "Os Tápes": ( – "E, Com Vocês, Os Tápes" ).
Parte II
No começo da década de 70, e a o longo também; nunca houve por parte dos governantes deste país, tanta disposição para tentar impedir a liberdade da quilo que o país tinha de melhor na época: A expressão cultural. A Arte em todos os campos imagináveis; música, teatro, cinema, literatura, pintura…, se fazia sentir em sua mais intensa reflexão, em mergulhos com a maior profundidade possível. E os cercos, as barreiras, as ameaças, as perseguições, as prisões, as bandidagens nos cárceres por parte dos asseclas dos governantes, e até mesmo as execuções encomendadas, não eram o bastante para impedir o turbilhão cultural do Brasil de então. Foi um tempo aquele, em que, dispensar gosto pela cultura, empregar longas discussões sobre obras e autores, e mesmo se atirar de corpo e alma no processo da criação, significava sinônimo, não de inteligencia simples, mas de inteligencia vital. A condição para se ser resistente e forte, era criar e participar de todo o ato de criação, mesmo pondo a liberdade e a integridade física em risco. Foi neste clima, e no interior disto tudo, que surgiu Os Tápes.
Quem tinha posição politica, voltada para a democracia, e junto a isto, detinha o poder e a coragem de criar, naquela época, era detentor de um grande tesouro, e todos aqueles entranhados do mesmo sentimento, espirito e coragem, queriam se acercar dele, não para usurpá-lo, mas para enriquece-lo ainda mais. Foi assim que os tápes surgiram; cercados por todos os lados, de pessoas interessantes e acima da média; porque detinham este tesouro; o espirito criador orientado por um vasto referencial, este empregado, para a confecção da liberdade no campo da criação.
Embora parecessem, e se prontificassem a ser, os tápes, desde de seu início; não eram constituído de cidadãos comuns. Mesmo o espírito criador orientado por um largo referencial da música e da poesia Latino Americana estando presente na personalidade de todos os seus componentes, que já se conheciam de infância; foi com o regresso de Cláudio Boeira Garcia para Tapes que a idéia; Os Tápes, surge. E esta idéía não surge do nada; este, o Cládio, é um jovem filósofo, músico e poeta de 26 anos, e já profundo conhecedor da literatura universal e da música erudita, brasileira e latina, e aglutinador nato; é um dos principais desencadeador do processo (é detentor de um bom acervo sobre a musica e a literatura andina, e pampeana da região do Prata; fruto de viagens que empreendia para Montevidéu e Buenos Aires entre os anos 66 e 70). Um outro, pouco mais do que menino; ex peão de fazenda e artista de circo, músico e cantor por excelência: José Cláudio Machado / Um jovem Funcionário público, professor de música, também cantor por excelência, multi instrumentista, e também aglutinador: José Waldir Garcia / e um popular empresário, percussionista e cantor de bar; o Buty: todos com profundo conhecimento da música brasileira e latino americana, conscientes e presentes com o processo cultural do Brasil daquele momento.
Parte III
Cerca de um ano depois, das primeiras apresentações dos tápes, sai o percussionista Buty, e integram o grupo, mais dois grandes conhecedores da música Latino Americana; O mecânico e Expert em bandoneon: Rafael Coller, / O Ritmista e professor de história: Luiz Alberto Coller. Junto a eles, como colaborador integra-se também, o professor de História e letrista: Álvaro Cardoso. Deste ponto em diante é que, os Tápes, mesmo sem querer; começa a voar alto. Aquilo que tinha despretensiosamente começado; já não serve para ficar acomodado na região de Tápes, e mesmo no Rio Grande do sul. E, já no segundo ano de sua existência, por estarem articulados com o processo cultural do Brasil daquele momento; para Os Tápes; mesmo sendo de uma pequena cidade do interior Gaúcho; sobram convites para apresentações no centro do país.
"Num lamento chegou o minuano / Anunciando o último inverno
O orvalho chorou nas campinas / E o céu enlutou as estrelas"
No entanto, nada cresce exponencialmente em direção a o infinito, e para Os Tápes, já cedo, no inicio do grupo musical, esta lei também prevaleceu. Houve naquele tempo, muito além das perseguições que aconteceram no campo da cultura; perseguições no campo da política por todo o país. A própria imprensa teve que; a contra gosto, por uma venda nos olhos, um tampão nos ouvidos, e uma mordaça na boca, para as coisas mais importantes que ocorriam a seu redor. Foi um momento aquele em que; cultura e politica estavam ligadas e confundiam-se em busca da liberdade. Porém, tanto a multi expressão cultural, quanto o multi partidarismo politico daquela época; ansiavam apenas por esta liberdade. Se houve excessos de parte popular; foi por que nesta busca incessante e vital, foram sufocados a o extremo. No entanto, para os governantes tacanhos de então, que enxergavam nos anseios de liberdade, o próprio mal: -"A planta precisava ser cortada pela raiz".
"Nos versos a palavra / A mão que acenava"
"E voltava fechada / A o avistar a sombra da bota tacanha"
Mais uma vez com Os Tápes, o que aconteceu naquele momento, ainda no começo; não foi diferente do que acontecia em todo o país com pessoas e grupos ligados a cultura e a política em busca de um sentido maior e livre. Tiveram que por algumas vezes, interromper sequencias de ensaios e adiar apresentações por conta de interferências de agentes do governo central, que por mais de uma vez; além de componentes, separaram arbitrariamente da sociedade por longos períodos, amigos e colaboradores do grupo musical. – Indo direto a o ponto: Nada diferente na cidade de Tápes, e com Os Tápes, daquilo que, ocorria por todo o país naquele momento. Isto, com todo aquele que, ansiava por liberdade no campo da política e da expressão cultural, e que por ventura; ousasse desencadear ação tentando desafogar este anseio em busca desta liberdade.
"Canto o canto da gente / que planta o que sente e pode colher"
"Canto o canto da gente / que lança a semente do amanhecer
Motivos das interferências: (Num tempo em que a noticia de boca em boca valia muito; segundo contavam, e contam, amigos e pessoas que os conheciam, lá do início de tudo): "" porque, naquele momento crítico da nação"", conscientes e presentes, cantavam a vida e a liberdade, e o principal; muitos deles, (companheiros, amigos, colaboradores e conhecidos), reivindicavam o direito legítimo de se declararem contrários a o modelo daquele governo raivoso e atrasado, que alguns anos antes, se instalara por conta própria e pela força na capital da federação. E, desta forma, se ramificara para as capitais dos estados, se infiltrando de maneira policialesca e partidária, através de favores e imposições do medo, desde as grandes cidades, às micros regiões do país. E claro, com isto, esboçando jeito de quererem permanecer sentados para sempre em suas cadeiras almofadas de encostos muito elevados, como tronos de soberanos; encenando heroísmos, que pouco, ou nada convenciam. E, se convenciam; apenas a os tolos por burrice, e a os oportunistas por conveniência. Toda via, por toda pessoa culta e avançada daquela época; estes mandatários; eram vistos como personagens de uma comédia deprimente".
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"Mãos cálidas de amor / Partejam de tuas entranhas / Flor América"
"Kautiaquí, Guarany, América / Aragana, Araucana, América"
"Sempre bela / Sempre terna / América"
"Na terra a dor / pariu um rio / de águas claras / cheias de amor"
(Cheraçar y apacuy: "Rio de lágrimas / aí eu chorei")
Parte IV
Não tem como separar o começo d´os Tápes, e mesmo a história, destes acontecimentos marcantes que envolveram o país (…com a imprensa obrigada a ser cega, surda e muda, para várias coisas que aconteciam; o boca em boca, era o caminho viável e possível para que as pessoas pudessem saber de certas coisas interessantes e sérias que aconteciam na nação. E por incrível que pareça, este modo primário de se levar notícias, naquela época, não só podia atravessar o país de norte a sul e de leste a oeste, como grande parte da América Latina. Foi deste modo especial de comunicação – embora de certo modo não desprezassem a mídia – que os Tápes se valeram, para viagens e shows, quase que por toda a sua história. Num tempo em que a cultura no Brasil, em todas as áreas parecia um poderoso vulcão em erupção, embora vigiada, perseguida e censurada segundo a visão dos mandatários, este, "o boca em boca", longe da mídia, para quem era articulado com o movimento cultural de então; era um caminho seguro e certeiro.
Enquanto os agentes da censura vigiavam a mídia; os espetáculos mais interessantes e relevantes, aconteciam longe dela, nos lugares mais simples, por exemplo, no teatro dos tápes, de 140 lugares improvisado numa antiga oficina de carros, pode-se ouvir Cálice de Chico e Gil, 4 anos antes de ser liberada pela censura, cantada e tocada por Nando Dávilla, jornalista e músico Gaúcho: (Metáfora com o verbo calar: "Cale-se", que a censura não gostou). Foi neste teatro que, por Acy Terres Vieira, pode-se conhecer mais afundo as toadas "malditas", de Geraldo Vandré / As conções proibidas da Pampa espanhola e do Altiplano Andino, por Matin Coplas, Miguel Aquillano, ou por Stella Villanueva. E outras com o próprio "Os Tápes": Charqueadas, Homens de Preto, Canto da Gente, America, Teatino, Canto Guarany, Pedro Guará; canções do universo humano, celebrando a vida, a humanidade, a liberdade para o mundo.
Mesmo "Viola Enluarada" que ali ouvi também pela primeira vez : (esta melodia bela de letra simples, que segundo alguns críticos e intelectuais; era igual a tantas outras, que de uma forma ou de outra; foram usadas junto com seus autores, pelas gravadoras, para com oportunismo aproveitar a situação política que vivia a nação, e melhor faturar – no contexto independente; longe da grande mídia, integrava-se a tantas outras canções, ganhando conotação séria, reflexibilidade e profundidade; naquele momento especial e sensível, ainda mais no ambiente "relativamente livre", cosmopolita e aconchegante do pequeno teatro dos Tápes), e, a vetada "Apezar de você" também de Chico – Carreta; de Paulo Rushel, cantadas por José Waldir Garcia. – Olê Olá, Roda Viva, Tanto Mar; Tocadas e Cantadas pelo mestre Neco – Soneto XCIII de Cezar Yzella e Pablo Neruda, Pelos argentinos Miguel Angel Aquillano e Stella Maris Villanueva – (Músicas que, entre tantas outras, de olhos arregalados e ouvidos bem abertos eu; ainda adolescente, começando a ser músico, boquiaberto, nas arquibancadas do pequeno teatro; vi, ouvi e senti).
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Foi ali que pode-se conhecer as canções de Violeta Parra, Vitor Jara, Daniel Vigliet, Facundo Cabral, Ariel Ramirez, Daniel Toro, Eduardo Falú, Athaualpa Jupank, Jorge Kafruny, Los trovadores, Quarteto Zupay, Kilapaiun, Olimarenhos, entre tantos outros; muitos anos antes de chegarem a o Brasil através da mídia. Estas, cantadas e tocadas pelos próprios Tápes, e por amigos músicos do grupo musical: Gaúchos, e de outras paragens do sul da América do sul, que por ali passavam em visitas. E outros trabalhos de artistas Brasileiros daquele tempo. Os quais mais tarde vamos conhecer.
Neste local além de apresentações abertas de peças musicais e teatrais / em ambiente interno havia saraus, onde músicos tocavam e cantavam, ou se punha discos para rodar, e então; conhecer, ouvir e discutir com naturalidade obras e autores. Estas discussões espontâneas, em busca de aprofundar conhecimento sobre aquilo o qual se havia defrontado; desconhecido ou não: era regida pela cultura que se desenvolveu naquele tempo entre as pessoas, em relação as artes, e isto não só no Brasil, mas no Uruguai, Argentina, e Chile daquele tempo, onde este modo comportamental já era costumeiro. E, o intercambio cultural que hoje o Mercosul oficialmente, de maneira tímida "organiza, e faz", naquele período politicamente delicado, do sul da América do Sul, pelo menos em minha cidade, no pequeno teatro dos Tápes; em relação a música; acontecia com naturalidade e espontaneidade; gratuitamente, ou por pouco mais de nada; como escambo cultural.
Além disso havia no local confecção de instrumentos e experiencias com instrumentos novos; lideradas pelo Cládio, o Waldir, e os ainda meninos, e então experimentalistas em instrumentais, José Artur ( O Túio), e José Julio Prestes ( O ZeZé). Podia-se a tarde com naturalidade, apreciar os arranjos melódicos de Jorje Luiz Ferreira, seguidor de mestre Neco – nas cordas, bordando as musicas que arranjava para os tápes, com lindas sequencias harmônicas de acordes dissonantes, transpassando as tonalidades simples da música gaúcha em transcendência naqueles anos setenta. E os trabalhos experimentais do percussionista, flautista e vocalista Zéze (José Julio Pretes), individuo de balanço cadenciado empregando os veios de sua negritude na musicalidade instrumental. Um jovem Gaiteiro que tocava a gaita virada (mão direita na baixaria e esquerda no teclado) melodias enriquecidas pelo discreto e sentido floreio, que rompia com o tradicional gaitaço gaúcho: Darcy Pacheco.
Tudo isto que já havia começado tempos antes; inflamou-se mais ainda, pouco depois do início da década de 70; com a ida dos componentes dos Tápes a o Festival de Folklore de Cosquín (en el Valle de Punilla – Cordoba – Argentina). E em seguida a Buenos Aires… (é bom lembrar que os Tápes não foram a Cosquin para ver o que em música lhes eram estranho, e sim para apreciarem o que já gostavam, e que já era familiar musicalmente para muitos deles, principalmente para o Cládio, o Waldir, o Rafael, e o Luis Alberto). Não voltaram sozinhos. Com eles vieram novas idéias, e uma gama de músicos portenhos visitar Tápes. E, gostaram da cidade e da lagoa. E então, as visitas tornaram-se constante, por toda a década de 70. Com isto, culmina o Acampamento Da Arte Gaúcha em Tápes, para alguns: "o primeiro e único".
Anos depois outros grupos organizaram-se e deram-lhe sequência com o segundo, mais tarde; a o terceiro, o quarto… acampamento, e assim por diante; tentando repeti-lo, mas segundo opinião de pessoas que presenciaram o primeiro, a tentativa de igualá-lo e repeti-lo, não passou de uma sequencia de arremedos. Possivelmente faltaram-lhes o frescor daquele primeiro festival que aconteceu naquelas noites mornas de um quente verão de 1975, a beira da Lagoa Dos Patos. Isto é natural com as coisas boas que acontecem, e que tentamos repeti-las. (No tocante a o meio ambiente: Naquele tempo, ainda; de atmosfera límpida de "sensação liberta e respiração folgada": Não havia ainda esta sensação socada, opressora, que agora a pesada atmosfera terrestre nos impõe, pelo que denoto; a mais de vinte anos).
No entanto, voltando as contradições sobre o acampamento; a frase que serviram-se para nomear o festival foi, e ainda é; demais portentosa para simboliza-lo. Mesmo no primeiro festival que os realizadores saudosos, o tem como muito próximo daquilo que queriam realizar, pelo que ficou claro; embora junto a música houvesse exposições de vários seguimentos da arte / não houve exposições do cinema, do teatro, da literatura, e de outros seguimentos importantes, para que nomeassem o festival como: "Acampamento Da Arte Gaúcha". (Hoje, este festival se resume a apresentações musicais, e à exposições de artesanatos) Este pensamento me surgiu quando fui a o terceiro acampamento, distante cerca de 20 anos do primeiro. Por outro lado, por causa desta distancia temporal, entre o primeiro, o segundo e o terceiro; criou-se uma idéia para alguns, mesmo em Tapes, que o festival era realizado de 10 em 10 anos. (Acho que melhor seria). Mas os espaçamentos eram questões econômicas mesmo. Hoje o festival é anual.
Parte V
Já faziam cerca de 3 anos que Os Tápes tinham surgido. Luis Alberto, O percussionista que no começo da década de setenta, entre os gaúchos, usou o Bombo leguero tocado a tira colo grudado junto a o corpo a os moldes Argentino, na califórnia da cansão nativa em Uruguaiana (é preciso lembrar que na campanha Gaúcha, na fronteira, e várias locais no interior; este modo de tocar o bombo leguero é antigo e costumeiro, em serenatas e festas de reis. Inclusive em bailes de ranchos, que eu mesmo vi, tocado desta maneira pelo seu miguel, acompanhando Modesto silva numa oito baixo; floreando Bugios, Polcas, Chotes, Valsas, Rancheiras, ritmos estes, compassados pelo bombo leguero, numa pequena sala de aula do interior tapense num local chamado Sobrado Velho do segundo distrito: "ambos estão registrados na coleção do sul, da musica regional brasileira da gravadora Marcos Pereira". Esta maneira de toca-lo, também já era costumeira e popular e conhecida como original da Argentina. No entanto, em shows e apresentações públicas, no rio grande do Sul; este modo se afirma nos Tápes, com o professor de história e ritmista Luis Alberto Coller, a partir do começo da década de 70), já havia voltado para a salas de aulas, se concentrando integralmente em torno da educação na capital.
Rafael Coller, arranjador e bandoneon, mudara-se para Porto Alegre por motivo de trabalho. Porém continuou a viver como músico livre. (o bandoneon que Rafael emprega nos Tápes, ainda no começo da década de setenta, até então não era costumeiro ouvir-se como parte instrumental da música gaúcha) Jozé Cladio Machado; o único que decediu-se por viver de Música, porque assim o era desde a adolescência, naquele momento estava integrando Os Teatinos, depois Os Araganos, mais tarde Os Serranos, e então carreira solo.
Em seus lugares já por volta de 74, estavam; O professor de Música Acy Terres Vieira, estudioso da Música brasileira. O funcionário Público e Músico Jorge Luiz Ferreira, e o Músico de bares e bailes, o baterista ( nos Tápes Percussionista); Ubirajara Gonçalves; O Birí. Foi desta fase em diante, que deixei de conhecer os Tápes de fama, e comecei a conhece-los pessoalmente. Não só os que continuaram, mas os que partiram dali também, pois retornavam a Tápes constantemente, e de uma forma ou de outra pude conviver com todos. Entre eles estava o Argentino Martin Coplas, responsável pela introdução nos Tápes, da confecção e uso de uma gama de instrumentos de sopro do universo Indígena da Americano do Sul, principalmente da Cordilheira dos Andes. Esta marca enriquecedora; foi herdada por todos, mas com propriedade por José Julho Prestes; o Zezé, que aplicou muito bem nos arranjos musicais dos Tápes.
A proposito; a percussão estacionária com uma variedade de bombos grandes de várias tonalidades sonoras, e todo um instrumental de efeitos sonoros percussivos no palco, na música gaúcha, ocorreu, e de forma bastante intensa, com a musicalidade dos Tápes: por primazia de seus componentes. (já em 72 Os Tápes usaram três bonbos legueros grandes tocados a tira colo, pelo Luis alberto – pelo Cláudio Garcia e pelo Jozé Claudio Machado, na musica Funeral Guarani, de Jozé Waldir Garcia – enquanto este último, e Rafael Coller tocavam flautas indigenas) Com a saída do Luiz Alberto Coller, que preferia tocar este instrumento a maneira Argentina, ou interiorana Gaúcha (em pé com o leguero a tira-colo por uma correia, grudado junto a o corpo, com o braço esquerdo como se estivesse abraçando-o por cima, e a o mesmo tempo a mão esquerda mediando o ritmo, enquanto isso, o braço direito livre, para com a mão direita com a baqueta acionar o compasso), seu lugar foi ocupado por um músico de banda de bailes, sua escola era a bateria e os ritmos populares – já falamos nele: o Birí. Este se embrenhou em estudos de ritmos Gaúchos e Sul Americanos, aplicando-os nos ensaios, segundo a sequencia musical obedecida. Então; como baterista que era; preferiu usar mais de um bombo no palco, e em vez de usá-los a tira-colo, preferiu estacioná-los num pórtico único, e se posicionar em pé atrás deles para melhor explorá-los. Eram normalmente usados dois bombos legueros grandes, de início, e entre os bombos elementos de efeitos sonoros percussivos.
Porém com a saída do Birí, (que nos Tápes fez escola), no começo de 75 , entraram 3 rapazes ainda estudantes, e autodidatas em música, Betinho; que ocupou seu lugar, depois Zezé; confeccionador de instrumentos de sopro de origens indígenas andinos e bom percussionista, e e Artur Rebello; o Tuio; este último pesquisador de instrumentos percussivos; todos os três, vocalista. Daí para frente os arranjos musicais dos Tápes enriquecem mais ainda em efeitos sonoros.
Já no começo da década de 80 pode se ver em shows; grupos musicais gaúchos se apresentando com instrumentais percussivos equivalentes e dispostos de maneira semelhante no palco, que pode ter sido mera coincidência, mas lembravam a maneira dos Tápes se dispor nos palcos. Toda via, este trabalho foi feito com naturalidade, sem pretensão nem uma de vir a ser escola; apenas assim o era e "pronto" ; fruto de estudos e pesquisas realizadas na própria musica gaúcha, eatino Americana, l desde o começo da década de 70. O que estava por trás mesmo, naquele momento em que em sequencia as coisas aconteceram: foi o peso de um grande universo musical de visão e espirito livre como referencial; portado e representado por Cládio Boeira Garcia e por José Waldir Garcia, e agora: somados por Acy Terres Vieira, e Jorge luis ferreira. E, as heranças deixadas, cada uma a seu modo; por Rafael Coller, Luis Alberto Coller, José Claudio Machado e Martin Coplas.
Parte VI
O quarto componente, um gaiteiro, o rapaz da gaita virada, chega já no inverno de 75. Havia cerca de um ano e meio que Rafael Coller tinha saído. E Waldir Garcia, que se dava bem com todos os instrumentos de cordas; ocupou esta lacuna introduzindo a sonoridade da viola de dez cordas afinada em lá maior. Realmente; com a viola de dez solada quase sempre em acordes cheios, com o Waldir tangendo quase sempre um, dois, ou mais, pares de cordas distribuídas em oitavas; ao deflagar as sequencias melódicas com vigor próprio de seu estilo; produzia um encanto especial e único que só uma viola de dez bem tocada pode produzir, e com isto preencheu o espaço deixado pelo bandoneon, embora a técnica apurada e sentida de Rafael, e mesmo comparando-se com a exuberância sonora deste instrumento. Logo depois com a entrada da sanfona do Darcy, este como bom músico; procurou achar espaços e abrir caminho próprio nas cansões com solos e contra cantos discretos, sem brigar com o instrumental já vinculado as músicas; e a viola não foi retirada dos arranjos em que fásia parte, e isto enriqueceu mais ainda a musicalidade dos Tápes).
No entanto a riqueza em arranjos que começa a se acercar dos Tápes por volta de 75 através de seus integrantes; não se guardam apenas a instrumentais. O grupo já tinha uma tradição vocal de cinco anos, e a guia mestra dos Tápes sempre tinha sido a musicalidade Latina Americana como um todo, mas com foco no sul da América. Em 75 decidem montar um espetáculo em homenagem à música sul americana. Este deverá nascer de uma grande coletânea dos grandes autores do continente. Não foi difícil, Cládio Garcia sempre atento para o que estava acontecendo no continente não só politica, mas principalmente culturalmente; possuía um grande acervo literário musical dos melhores autores, Waldir não deixava por menos; e os principais clássicos sobre o tema a ser desenvolvido estavam em mãos. Para isto trouxeram de La Plata, um casal de músicos que já eram amigos do grupo; estes especialistas em arranjos vocais para grupo de 4 ou 5 vozes, a o estilo da tradição argentina: Miguel Agel Aquilano e Stella Maris Villaneva. E então, nos temas foram incluindo os principais ritmos Chilenos – Argentinos – Uruguaios – Paraguáios – Bolivianos – Peruanos…. e, autores como Athaualpa Jupanpak, Cesar Yzella, ALfredo Zittajosa, O Tchiarangsta Jaime Torres. e muitos outros…, com poesias de Pablo Neruda e outros Grandes Autores Americanos. Musicas de Domínio Público própria do Continente. Então surgiu a peça musical: "America Andina e Pampeana".
As letra preservadas e cantadas na língua original. Todas entoadas com uma armação vocal que embora lembrasse os grandes grupos vocais Argentinos-Gáutchos a o mesmo tempo preservava a alma Gaúcha própria do Rio Grande do Sul. Entre vozes entoando melodias e poesias, permeavam-se músicas instrumentais com forte base nos violões, com muita percussão; uma variedade de instrumentos de efeitos sonoros de cunho nativo pré-colombiano, e uma diversidade de flautas primitivistas a os moldes das nações indignas do Altiplano Andino (Que para quem não conhecia esta característica cultural musical de certas regiões da nossa America, e claro, não conhecia os Tápes, que já tinha este instrumental incorporado em sua musicalidade desde seus primeiros anos; pudia parecer coisa ezótica. No entanto, para quem a musicalidade do altiplano não era coisa estranha, e já conhecia os Tápes, este já marcado pela imprensa como um grupo de projeção musical nativa da America do Sul, aquele modo musical e instrumental era coisa muito natural). E, uma novidade para os familiarizado com aquela parte cultural da America Latina: "O cavaquinho; instrumento brasileiríssimo, tocado por Waldir Garcia; substituindo o tchyarango; instrumento andino; com muita propriedade nos arranjos musicais de "America Andina e Panpeana".
Parte VII
Os Tápes eram constituídos de pessoas que embora pela arte não abandonavam seus empregos, mesmo assim; arrumavam tempo e se envolviam intensamente com vários seguimentos das artes; em todo o seu sentido, (apreciavam, discutiam, faziam) e em especial a música e a poesia; e eram integrados por muito mais pessoas do que a própria imprensa podia imaginar na época, e estas pessoas eram de vários lugares diferentes, e mesmo estrangeiras; e ligadas a vários ramos da arte, além da música e da poesia: como pintura, literatura, teatro, cinema, fotografia…. e mesmo a ciência: como no campo da pesquisa; na área da cultura popular…, O grupo musical sempre teve a o redor e no palco, várias pessoas ligadas as ciências humanas, geralmente da história, da filosofia, da antropologia e da música além, claro, de músicos auto didatas.
Parte VIII
A idéia de se manter independente prevaleceu até o fim. Mesmo no período entre 80 a 82 em que o grupo fez em torno de 200 shows, onde alguns componentes licenciaram-se de seus trabalhos; como no caso do Silvio Luiz Pereira, Sonotécnico; Cládio Garcia, Professor; Viro Francisco Frantz, Ciências sociais – projetista de setor de planejamento, e Airtom Madeira, Odontólogo / e outros que abandonaram cursos em andamento; como no caso de Pedro Ivo Dapper, mestrado em filosofia, e mais tarde Ronaldo link; Física; para cumprir esta "empreitada" / mesmo aí, havia uma noção arreigada, clara, de independência da música, que predominava nas discussões internas. Além destes que sitei, havia músicos autodidatas, já bem conhecidos "nossos": o Zezé, o Darcy, e o Jorge, que integravam o Grupo, (estes três últimos – neste período – tocavam em bailes, festas e bares, e claro, nos Tápes. Não tiveram nenhum problema em encarar este longo momento de excursões constantes. E, eu, que também os acompanhei por um bom tempo nesta fase. E em mais três outros momentos diferentes a posteriori.
Claro que todos estes componentes não compuseram uma mesma formação, (Havia alternâncias / todos eram velhos conhecidos), mas Pedro Ivo Dapper (Pedrinho), Cládio Garcia, Jorge Luiz ferreira, e o Zezé Prestes; atravessaram de ponta a ponta estes cerca de três anos de Shows constantes. É preciso lembrar que estes cercas de 200 Shows, ainda foram articulados pelo processo do boca em boca, tendo como principal articulador nesta época; Viru Francisco Frantz, seguido por Pedro Ivo Dapper, e Cládio Boeira Garcia, e Claro; agora como principal contato; os DCEs Acadêmicos da época, que neste período, pós anos 70; ainda eram intensamente ligados à cultura e à política (talvez mais); como se cada um deles (para quem lembra hoje, distante décadas) foce uma mini Atenas do século IV antes de Cristo, ou pelo menos, pequenas Ágoras em Assembleias constantes; em processo de politização avançada. O partido importava, mas o que importava mesmo; era se posicionar contra a extrema direita, e se organizar em torno de partidos e políticos liberais e de esquerda. E no meio de toda esta politização, havia um tornado cultural; onde literatura, musica, cinema e teatro lideravam as programações e as discussões.
Os shows quase sempre eram promovidos por associações – agremiações – departamentos, e outros grupos organizados, que tinham como regra em suas direções, pessoas de uma forma ou de outra, ligadas a o processo de redemocratização do país.Neste tempo (como nos outros também) depois de cada show, "e do circo desarmado", lá pela meia noite, ia-se para uma ceia confraternizadora, quase sempre; com estudantes e professores acadêmicos, e pessoas do público em geral – onde as conversas fluíam animadamente com naturalidade. E depois; refrescando-se a garganta com vinho, ou cerveja; – isto, ao sabor das estações – enveredava-se madrugada a fora discutindo-se a cultura no Brasil daquele momento, e claro, política – com instigações lideradas pelo Cláudio, ou pelo Pedrinho – mais tarde Ronaldo Link somou-se a eles nesta tarefa de inspiração cultural democrática… vital naquele momento /. Tarefa esta, que anteriormente; já fora cumprida pelo Claudio, e pelo Luiz Alberto Coller, e depois, pelo Acy Terres vieira. Para os Tápes, além de criar, tocar e cantar; isto era o que mais importava, e o que sempre mais importou: "entregar-se a arte orientados por um vasto referencial criativo, e claro, conscientes e politizados.
No começo deste período , final de 78 – 79, começo de 80, já pensava-se na possibilidade de eleições diretas pelo menos para governador. Esta idéia cresceu e tomou a mídia. E, isto, para um mundo humano-jovem, que crescera sobre os domínios de ditadores, era demasiado animador e fascinante. A idéa de um processo cultural generalizado na nação – longe da mídia, – em interação com todos os meios culturais – e claro, com ráros e hábeis setores desta mídia – deflagrado ainda nos anos 60, principalmente com grupos de músicas e de teatros (mais tarde vamos falar): estar solapando a ditadura; éra clara na cabeça de todos. Então, não podia-se dar refresco – tinha-se que tornar cada vez mais intenso o processo. E, foi isto que foi feito, por todo o Brasil. Com intensificação crescente, até culminar com as eleições diretas para governadores de estado em 1982. (Muitos hoje, pensam que foi apenas obra dos parlamentares oficiais ligados a o MDB, claro, também foi, mas todos eles, eleitos e fortalecidos pelo voto gerado através da opinião popular, esta, engendrada por este profundo processo cultural que assolou o País em contra posição a o militarismo: o movimento democrático brasileiro era o todo: pena que o MDB partido que serviu-se desta sigla que simbolizava a efervescência cultural política, acabou passando a idéia que tudo tinha sido articulado por eles. Nas bases apoiando-o, estava o multipartidarismo Brasileiro, jogado a clandestinidade, mas lutando com ar mas que tinham em mãos. Porém na época ninguém ligava para isto: o que queríamos mesmo era o país livre). Daí para frente as amarras frouxaram-se. A missão estava cumprida. Os Tápes que optaram pela Arte, e pela discussão direta enquanto atravessaram aquele longo momento político, e não pela panfletagem; assim continuaram pelos momentos seguintes, até ápice criativo, em 75 -76- 77 – depois foram arrefecendo-se em criatividade. Porém os shows continuaram com mais intensidade. No final de 82 baseado em músicas que o grupo tinha em mãos – foi montado o espetáculo, Seresta de Reis ( para o fim de ano).
Logo depois de 82 não nos entendiamos mais no tocante a coesão em torno da música. Mesmo assim fizemos muitos shows até o inverno de 83. Mas já não procurávamos nos articular, eram as pessoas e grupos organizados que nos convocavam. Não tínhamos mais anseios para criar, tocar e cantar intensamente. Éramos seres condicionados à arte, mas parecia que essa arte jã não nos queria mais, pelo menos naquele momento. Nos procurávamos – nos encontrávamos – mas as coisas já não aconteciam, não fluíam com intensidade como antes. Então fomos nos dispersando uns dos outros. Os Tápes prepararam-se a fio, durante anos no meio de uma guerra de nervos, entre "tenção" popular, e tensão militar. E agora? – Éram guerreiros sem guerra, para guerrear? Será que o motivo era aquele mesmo: o prazer de lutar contra uma adversidade gigantesca? Sem motivos para resistir, fomos arrefecendo?
Então, aconteceu a o natural: O Airtom tinha casado-se dois anos antes, numa simples e linda cerimonia simbólica no pátio da casa do Cládio, na vila dos pescadores, a beira a lagoa dos patos, e já com dois filhos, decidiu assumir a família, e reassumir a odontologia de vez. O Viru casou-se também, e reassumiu seu trabalho no setor de planejamento da Fidene (Hoje Unijui) do qual havia se licenciado, ou se despedido. O pedrinho foi o que saiu bem de pois, calçou uma sandália de couro estilo Grécia clássica, pegou algumas mudas de roupas, uma mochila cheia de livros de bolso de filosofia, que sempre levava consigo, e saiu a correr mundo. O Cláudio na época estava com a cabeça mais voltada do que nunca, para a educaaão; foi o que fez – O Linck, não muito tempo depois, foi realizar o sonho dele: morar em Salvador – O Jorge, Darcy e Zezé eram músicos por excelência; continuaram na área mas com outros grupos musicais. Mesmo assim, durante os anos oitenta, os Tápes foram montados por diversas vezes para cumprir shows, ou pequenas excursões. E isto, com formações quase sempre diferentes. De 83 em diante estes acontecimentos alternaram-se. No entanto, houve dezenas de apresentações que não estive presente.Aqui começa a dificuldade de definir quando realmente houve a última apresentação do grupo musical. Havia apenas um critério para os componentes montar os Tápes. E este, era aceito por todos com naturalidade. Deveria, toda vez de uma formação para shows, haver pelo menos um componente articulado presente, que soubesse intelectualmente responder pelo grupo musical e sua história, e com desembaraço. Isto era um sentimento claro, todos entendiam. Esta ideia, ainda na década de 70, era defendida claramente por Acy Terres Vieira, E, surgiu em uma época, que comentavam a possibilidade do Claudio ter que sair dos Tápes por motivo dos mais de mil quilômetros que percorria semanalmente para cumprir ensaios com o grupo musical. E junto a isto, somou-se a possibilidade do Waldir também sair.
Estas formações Quase sempre, eram liderados por Cláudio Boeira Garcia / ou liderados por Waldir Garcia . Porém em final de 83 começo de 84, houve 4 apresentações sobre a liderança do Ronaldo Linck. Alegrete – Vacaria – Pelotas e Porto Alegre, em parceria com o grupo musical Santa Preguiça, que na época era intergrado pelo Texo Cabral, o Ubiratam Carlos Gomes, e a Percussionista Ana Teresa Gomes, nas quais participei. Inverno de 84 fui convidado para acompanhá-los nos Dias Rio Grandenses em IJUÌ A liderança estava com o Pedro Ivo Dhaper, que havia retornado de sua peregrinação. Éramos 4 no palco – O pedrinho – O Jorge – O Zezé, e eu. Depois disso fizemos uma excursão com várias apresentações sobre a liderança do Pedrinho na região do Alto Uruguai. Em uma terceira e enigmática em 85 em uma escola de segundo Grau em Tápes. A liderança estava com o Cláudio Garcia. Éramos 4; Claudio, Zezé, Jorge e eu. Foi emocionante tocar e cantar totalmente