11 de janeiro de 2016 0:41
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), começou 2016 com uma postura menos beligerante. Se até o final do ano passado ele tinha o hábito de conceder várias entrevistas ao dia, com ataques em série, desde que desembarcou em Brasília passou a se esquivar da imprensa, tentando ficar longe dos holofotes.
O “novo Cunha”, mais discreto e comedido, de respostas curtas e evasivas, foi talhado pela banca de advogados que cuida de sua defesa no STF (Supremo Tribunal Federal). Eles orientaram Cunha a ficar em silêncio durante o recesso parlamentar para não confrontar os ministros da Corte, que vão julgar, a partir de fevereiro, a solicitação de afastamento do peemedebista do cargo, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
No pedido, feito em meados de dezembro, Janot acusa Cunha de criar um “balcão de negócios” na Câmara, “vender” atos legislativos e “tumultuar” a elaboração de leis, além de agir para proteger uma “organização criminosa”. Ao longo do tempo à frente da presidência, Cunha já fez diversas críticas ao STF. No episódio mais recente, o peemebista pediu um encontro com o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, para tirar dúvidas sobre o rito do impeachment. O ministro aceitou recebê-lo, mas, para evitar constrangimentos, abriu o encontro para a imprensa, atitude pouco usual nas audiências do Supremo. (AG)