Jornal do Brasil – André Borba
"O pano de fundo dessa turbulência é a aterrissagem chinesa. Resta saber se a China vai
Há alguns anos, a economia desse país crescia 12% ao ano. Atualmente tem crescido à metade. "Essa desaceleração provoca a queda das commodities e diversos países que dependem desse tipo de exportação foram prejudicados", afirmou Rochling.
O Brasil é um dos que pode ser afetado pelo crescimento mais lento. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 27,2% do total exportado, em 2015, teve como destino o país asiático.
Rochling ressaltou, ainda, que haveria um fator
As bolsas asiáticas também chamam atenção de investidores. Nessa semana, o mercado asiático perdeu os ganhos acumulados em um ano e
Terremoto bancário
Outro fator que também contribui para intensificar esse ambiente de crise é o sistema bancário. As ações dos bancos europeus estão perdendo mais valor do que na crise de 2008. Desde janeiro, as instituições financeiras do continente já perderam US$ 240 bilhões.
Um dos mais afetados é o alemão Deutsche Bank, que teve recuo de 9,5% no valor de suas ações na sessão de segunda-feira (8). O CEO da instituição, John Cryan, precisou se manifestar publicamente para tranquilizar os ânimos dos investidores. A imprensa alemã já chama essa crise de "terremoto bancário".
Deflação
Para Maryse Farhi, economista e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além da crise financeira, alardeada pelos mercados, também há o risco de uma crise provocada pela deflação.
"Ainda não estamos lá, mas pode estar se delineando uma crise provocada pela deflação. Existe a possibilidade de os preços caírem, como acontece com o petróleo. Isso sim impactaria a economia real, já que as pessoas vão postergar o consumo, uma vez que os produtos podem estar mais baratos no dia seguinte", declarou a professora.
* do projeto de estágio do JB