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“O jogo não acabou. A luta agora é no Senado”

Deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), que atuou como vice-líder do governo Dilma e agora articula para ser o líder da minoria na Câmara, afirmou que "o jogo não acabou" com o afastamento de até 180 dias da presidente; "A luta agora é política. Temer não fez governo pensando na gestão, mas na governabilidade. E isso incomodou muitos senadores. Tivemos 22 votos firmes no Senado, fora o Renan (presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)] que se absteve. Se ele mantiver esta posição são 23 votos. No máximo, precisaremos de seis votos para reverter o impeachment", avaliou Silvio; as articulações, segundo ele, passam junto a senadores insatisfeitos com a montagem do governo Temer e com parlamentares que ainda possuem dúvidas sobre o mérito do processo de impeachment

13 de Maio de 2016 às 15:07

 

Paulo Emílio, Pernambuco 247 – O deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), que atuou como vice-líder do governo da presidente Dilma Rousseff até ela ser afastada por meio da abertura do processo de impeachment pelo Senado, afirmou que "o jogo não acabou". "A luta agora é política. Temer não fez governo pensando na gestão, mas na governabilidade. E isso incomodou muitos senadores. Tivemos 22 votos firmes no Senado, fora o Renan (presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL)] que se absteve. Se ele mantiver esta posição são 23 votos. No máximo, precisaremos de seis votos para reverter o impeachment", avaliou Silvio.

Segundo o trabalhista, muitos dos 54 senadores que votaram pela admissibilidade da abertura d processo de impeachment assim o fizeram para se aprofundar no mérito da questão. Isso quer dizer que eles ainda não possuem certeza quanto aos fatos apresentados pelo relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Na próxima semana vou me encontrar com pelo menos três senadores, entre eles o Cristovam Buarque (PPS-DF) que votou dizendo que iria se aprofundar no mérito. Portanto, o jogo ainda não acabou", disse o parlamentar.

Segundo Silvio, as articulações também serão feitas em cima de parlamentares que não digeriram bem a nova composição do governo Michel Temer. "No Senado, primeiro ele chamou o filho de Jader Barbalho (PMDB-PA) para garantir o voto de Helder Barbalho na Câmara e em seguida tirou ele das negociações da Integração Nacional. Ele chamou o Newton Carneiro Junior (PMDB-MG) para ser ministro da Defesa pela manhã e à noite entregou a pasta a Raul Jungmann (PPS-PE). O DEM da Bahia também ficou de fora e a Educação ficou com Mendonça Filho (PE). Isso desagradou muitos senadores. Assim como estes tem muitos outros", avaliou Sílvio. Silvio disse, ainda que o "presidente (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) está animado e que também irá reverter para reverter a situação juto ao Senado".

O que o Brasil tem hoje, na realidade, é um presidente da República e um presidente da Câmara provisórios. Isso é inusitado. O governo Temer já tem sua primeira marca: o cinismo. No discurso da posse ele falou em "moral politica". Que moral tem um ministério onde 50% dos ministros estão na Lava jato e quase 100% aparecem no listão da Odebrecht? Até o próprio Temer já foi citado na Lava Jato pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró", disparou.

Silvio, que agora trabalha para ser o líder da Minoria na Câmara, reafirmou que não irá votar nenhum projeto vindo do governo Temer. "Eu concordo com muita coisa proposta pelo Henrique Meireles (ministro da Fazenda do governo Temer) como, por exemplo, a necessidade da reforma da Previdência e Tributária, a desvinculação das Receitas da União (DRU), mas não vou votar nenhuma delas. A razão é simples. Esses caras não foram legitimados nas urnas. Ninguém vota em vice. Eu não vou legitimar um governo que pautou um impeachment fraudulento", destacou.

O Temer, na última eleição que disputou em São Paulo, teve apenas 60 mil votos. Ele não chegaria aonde chegou se não fosse por este meio do golpe", acrescentou. Silvio disse, ainda, que a pressão do PMDB e seus aliados, agora, está voltada para o presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). "Quem pariu Mateus que o embale. Ele foi eleito por mais de 400 votos para a primeira vice-presidência. Agora querem tirar ele? O mais correto seria o temer ligar para o Eduardo Cunha (PMDB-RJ, presidente afastado da Casa) e pedir para ele renunciar. A posição foi pedir que ele renunciasse e correu. Correu porque ele tem bala na agulha contra eles. Então estão pressionando o Waldir Maranhão. Agora, apesar dele ser mais indeciso que o Temer, nós vamos dar sustentação a ele, a menos que ele renuncie".

Silvio também reiterou que a presidente Dilma Rousseff não pensa em renunciar e nem em defender a antecipação das eleições. "quem chegar perto da presidente Dilma com essa besteira de antecipação das eleições vai levar um carão sem tamanho", afirmou. Ele disse que a presidente vai continuar dialogando com a população "de maneira a fazer valer o mandato para o qual foi eleita por 54 milhões de votos".