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STF homologa delação de Sérgio Machado

Acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que teria sido homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), contém conversas que ele gravou por telefone envolvendo lideranças do PMDB; material inclui a gravação que derrubou o ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) e provocou um terremoto em Brasília; no áudio, Jucá sugere um "pacto" para derrubar Dilma Rousseff e, assim, deter o avanço das apurações da Lava Jato sobre as ramificações políticas da corrupção na Petrobras; ele teria feito a delação após a revelação, por outro delator, de uma conta secreta pela qual ele recebia dinheiro de propina

25 de Maio de 2016 às 05:53

247 – A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado teria sido homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo reportagem do Valor. O acordo contém conversas que ele gravou por telefone envolvendo lideranças do PMDB. Ele teria feito a delação após a revelação, por outro delator, de uma conta secreta pela qual ele recebia dinheiro de propina. 

O material entregue por Machado inclui a gravação que derrubou o ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) e provocou um terremoto em Brasília. No áudio vazado pela "Folha de S. Paulo", Jucá sugere um "pacto" para derrubar Dilma Rousseff e, assim, deter o avanço das apurações da Lava Jato sobre as ramificações políticas da corrupção na Petrobras.

Na conversa, Machado se mostrou preocupado com o envio do seu caso para a PF de Curitiba e chegou a fazer ameaçadas: "Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu ‘desça’? Se eu ‘descer’…".

O então ministro afirmou que seria necessária uma resposta política: "Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", diz Jucá. Ele acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo". Machado disse: "aí parava tudo".

Segundo Jucá, "ministros do Supremo" teriam relacionado a saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato. O ministro do Planejamento afirmou que tem "poucos caras ali [no STF]" ao quais não tem acesso e um deles seria o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no tribunal, a quem classificou de "um cara fechado".

Eles dizem que o único empecilho no pacto era o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), porque odiaria Cunha. "Só Renan que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha. O Eduardo Cunha está morto, porra", afirma Jucá no diálogo, que foi gravado.

"O Renan reage à solução do Michel. Porra, o Michel, é uma solução que a gente pode, antes de resolver, negociar como é que vai ser. ‘Michel, vem cá, é isso e isso, isso, vai ser assim, as reformas são essas’", disse Jucá ao ex-presidente da Transpetro.

Na delação, há ainda diálogos com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e com o ex-presidente da República José Sarney (leia aqui).