O Comando de Greve do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato) divulgou nota oficial repudiando as declarações feitas pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), acusando os professores de “usarem politicamente os estudantes”; segundo o texto, foi “extremamente leviano” ao acusar o CPERS de “uso político dos estudantes”, demonstrando “total desconhecimento” do que está acontecendo na educação do Rio Grande do Sul; “O CPERS é um sindicato que há 71 anos luta e tem responsabilidade com os educadores e a educação pública”; a nota assinala queo governador demonstra “total desrespeito aos estudantes ao não atribuir a eles capacidade de ter visão crítica e posicionamento claro em relação às condições da educação pública em nosso Estado”
7 de Junho de 2016 às 10:10
O Comando de Greve do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS Sindicato) divulgou nota oficial, no final da tarde desta segunda-feira (6), repudiando as declarações feitas pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), acusando os professores de “usarem politicamente os estudantes”. A fala de Sartori ocorreu pela manhã durante a posse do novo secretário de Educação, Luiz Antonio Alcoba de Freitas. A nota diz que Sartori foi “extremamente leviano” ao acusar o CPERS de “uso político dos estudantes”, demonstrando “total desconhecimento” do que está acontecendo na educação do Rio Grande do Sul. “O CPERS é um sindicato que há 71 anos luta e tem responsabilidade com os educadores e a educação pública”, acrescenta.
Além disso, assinala ainda a nota, o governador demonstra “total desrespeito aos estudantes ao não atribuir a eles capacidade de ter visão crítica e posicionamento claro em relação às condições da educação pública em nosso Estado”. Na avaliação do comando de greve, o governo Sartori não é o primeiro que passa por uma greve, mas é o primeiro que demonstra grande despreparo para governar e administrar conflitos. A nota responde às críticas feitas pelo governador aos professores grevistas e aos alunos que participam das ocupações, apontando problemas enfrentados no dia-a-dia das escolas:
“Educadores que ganham 30% do que deveriam receber do Piso Salarial Profissional Nacional, alunos que convivem com goteiras, falta de luz, choque elétricos dentro das escolas, devido à falta de manutenção das instituições, e falta de merenda por causa do repasse das verbas. Estas são apenas algumas das razões que foram determinantes para a greve e as ocupações. Além da preocupação prioritária que é a privatização da educação, através do PL 44 e do PL 190 que é uma verdadeira mordaça que impede a livre expressão do pensamento na escola pública”.
Ao mencionar a preocupação expressa por Sartori com os alunos que estão perdendo aulas por causa da greve dos educadores, a nota questiona: “Qual a resposta do governo para a comunidade escolar sobre a falta de professores em muitas escolas do Estado, desde março, e que até hoje não chegaram nas instituições? Esta falsa preocupação de Sartori tem, única e exclusivamente, o objetivo de tentar desacreditar um movimento legítimo, sério e com o reconhecimento e o apoio da grande maioria da comunidade escolar”.
O Rio Grande do Sul, conclui a nota, “sempre foi motivo de orgulho para o povo gaúcho e hoje nós nos sentimos apequenados pela forma que o governo Sartori trata uma ação legítima que é a da greve, um direito constitucional, e das ocupações frente a sua intenção de destruir a escola pública”. Por fim, o comando de greve do CPERS convoca toda a comunidade escolar “para aumentar a pressão em defesa de uma escola pública de qualidade e com educadores valorizados e estudantes respeitados!” (Sul-21)