247 – Secretário-geral do Itamaraty durante o governo Lula, o diplomata Samuel Pinheiro afirma que o governo interino de Michel Temer é "o resultado de uma conspiração" contra o mandato da presidente eleita Dilma Rousseff.
Segundo ele participaram deste processo políticos envolvidos em denúncias, partidos de oposição, como o PSDB, políticos e partidos conservadores, os meios de comunicação, em especial a Globo; o Poder Judiciário, desde o Juiz Sergio Moro aos Ministros do Supremo; os interesses estrangeiros, as associações de empresários, entre outros.
"A presidente Dilma Rousseff foi afastada por uma Câmara de Deputados sob a presidência e o comando do notório deputado Eduardo Cunha, corrupto e afastado, logo em seguida, pelo Supremo Tribunal Federal, que poderia tê-lo afastado antes, e depois por uma Comissão de Senadores e agora, afastada, aguarda resultados da Comissão do Senado e da votação pelo Plenário do Senado que julgará seu impeachment. Neste processo, centenas de deputados e senadores, acusados ou processados por corrupção, votaram pelo processo de impeachment, sem que houvesse nenhuma prova de ato ilícito praticado pela Presidente Dilma", disse ele ao jornal Página 12.
Para ele, ainda há "grandes possibilidades" de Dilma não ser afastada definitivamente. "As manifestações populares, de personalidades e setores significativos contra o governo Temer e seus atos, a favor da democracia e contra o golpe, tem sido cada vez mais amplas e intensas, apesar de a grande imprensa procurar ocultá-las e minimizá-las. Os elementos fundamentais para evitar o impeachment são a participação do Presidente Lula á frente das manifestações populares, a resistência a cada iniciativa do governo interino apresentadas ao Congresso e a mobilização e coordenação das ações das organizações sociais", ressalta.