"As investigações da Lava Jato revelaram não apenas grandes atos de corrupção no sistema político e empresarial do país, mas um modo degenerado de fazer política e a simbiose deletéria que se estabeleceu entre certos setores do empresariado e agentes públicos para ganhos espúrios e para perpetuação no poder", diz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot; na entrevista, ele também garante que, após concluir seu segundo mandato, não seguirá carreira política
8 de Agosto de 2016 às 06:38 //
247 – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concedeu entrevista aos jornalistas Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo, em que falou sobre a degeneração da política brasileira. Nela, ele também negou qualquer pretensão política.
"As investigações da Lava Jato revelaram não apenas grandes atos de corrupção no sistema político e empresarial do país, mas um modo degenerado de fazer política e a simbiose deletéria que se estabeleceu entre certos setores do empresariado e agentes públicos para ganhos espúrios e para perpetuação no poder", diz ele. "A envergadura e o alcance do trabalho desenvolvido mobilizou a sociedade brasileira em torno do problema da corrupção, trazendo a questão para a ordem do dia."
Segundo ele, a sociedade tem agora a oportunidade de dar um salto qualitativo no combate à corrupção. "A questão não é até onde vai a Lava Jato, mas se as nossas instituições terão capacidade de absorver todo o know-how desenvolvido nesse caso, de modo a torná-lo um padrão a ser seguido daqui para frente. Pessoalmente, após o salto qualitativo que se deu no enfrentamento à corrupção, tenho certeza de que não há espaço para retrocessos, mas a sociedade precisa continuar alerta e vigilante."
Sobre o que fará após setembro de 2017, quando termina seu segundo mandato na PGR, ele deu uma certeza. "Tenho apenas uma certeza em relação ao futuro: não seguirei a carreira política. Isso está completamente fora de questão. As outras possibilidade ainda estão em aberto."