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Sindicato protocola pedido de impeachment contra Sartori

O Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) entregou à presidente da Assembleia Legislativa do estado o pedido de impeachment do governador José Ivo Sartori (PMDB), por crime de responsabilidade; “Nós temos, desde o ano passado, uma liminar que proíbe o governo de parcelar o nosso salário. Somente nesse ano, nós temos sete meses de parcelamento. No dia 5 de setembro, foi julgado o mérito da nossa liminar no pleno e, por 21 a 4, os juízes disseram que o governador não poderia parcelar. No final do mês, ele parcelou novamente", afirmou a presidente do sindicato Helenir Schurer

24 DE OUTUBRO DE 2016 ÀS 16:20 //

247, com Sul 21  O Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) entregou, nesta segunda-feira (24), à presidente da Assembleia Legislativa do estado o pedido de impeachment do governador José Ivo Sartori (PMDB), por crime de responsabilidade. "Nós temos, desde o ano passado, uma liminar que proíbe o governo de parcelar o nosso salário. Somente nesse ano, nós temos sete meses de parcelamento. No dia 5 de setembro, foi julgado o mérito da nossa liminar no pleno e, por 21 a 4, os juízes disseram que o governador não poderia parcelar. No final do mês, ele parcelou novamente", afirmou a presidente do sindicato Helenir Schurer.

Ao entregar o documento, a sindicalista afirmou que o parcelamento constante a que o governo submete os professores e os funcionários de escola, mês após mês, impede que a categoria consiga honrar com seus compromissos financeiros. "Pagamos juros sobre juros. Mesmo se o governo nos pagasse em dia hoje, a maioria ainda teria o orçamento muito estourado. Diante disso e com toda a responsabilidade que esta direção sempre teve, pois jamais faríamos alguma coisa se não tivéssemos certeza de que há o amparo constitucional, pedimos o impeachment", disse ela.

Helenir disse que a categoria pediu várias audiências com o governador, mas ele não foi atendida. "Nos restou a última ação, que sabemos ser a mais dura. Mas também sabemos da responsabilidade da Assembleia Legislativa que não é só legislar, mas também fiscalizar o cumprimento da Constituição, que não está sendo respeitada", afirmou.

E nota, o governo estadual contestou o pedido feito pelo Cpers. "O pedido de impeachment protocolado pelo Cpers-Sindicato faz parte de sua conhecida radicalização política. Além de ser inconsistente, não ajuda o Estado a superar a crise financeira e a melhorar a qualidade do ensino. A Assembleia Legislativa saberá dar o devido encaminhamento à questão", diz a nota.

Protesto conta a PEC 241 e MP do Ensino Médio 

O protocolamento do pedido foi antecedido por um ato de protesto contra a PEC 241, conhecido como a PEC do teto dos gastos, a Reforma da Previdência e a Medida Provisória encaminhada pelo governo Temer que promove a Reforma do Ensino Médio. "É um retrocesso fantástico. Nós não vamos permitir que aconteça sem lutarmos", diz a presidente do Cpers.

Segundo Helenir, é absurda a separação do Ensino Médio entre um ano e meio de base comum e o restante do período com foco nas disciplinas de Português, Matemática e Inglês. "As áreas humanas, que preparam os alunos para compreender a sociedade, o mundo, e a se posicionar de forma cidadã, são retiradas dos nossos alunos e não podemos permitir. Haverá, na nossa visão, uma preparação de uma mão de obra barata, qualificada, mas sem condições de refletir e se posicionar", afirma.

Por outro lado, ela diz que o sindicato tem a consciência de que é preciso melhorar a qualidade da educação no Brasil, mas que, para isso, é necessário aumentar os investimentos, o que, na visão do Cpers, será cortado pela PEC 241. "A MP, casada com a 241, é a destruição da escola pública", diz.

O ato começou, às 8h30, com concentração em frente à sede do Cpers, na Av. Alberto Bins. Por volta das 9h30, os professores e apoiadores do movimento se dirigiram ao Palácio Piratini. Durante o trajeto, entoaram músicas e palavras de ordem contra os governos do Estado e federal, tais como: "Desocupa aí, Fora Sartori, do Piratini". Ao chegar à Praça da Matriz, a direção do sindicato e de outras entidades se alternaram em falas para criticar a atual gestão e os projetos em tramitação no Congresso Nacional.

Vestido de contas atrasadas

Durante o protesto diante do Piratini, um grupo de professores da escola Nova Sociedade, de Nova Santa Rita, chamou a atenção por causa de um “vestido” feito com contas atrasadas em razão do parcelamento de salários pelo governo do Estado.

"O Banrisul está ficando com o nosso dinheiro. As nossas contas entram no dia, eles descontam e cobram juros de nós, mas o governo não paga o nosso salário em dia”, disse Nilce Machado, uma das professoras que utilizou a peça. “Esse governo é caloteiro, não paga o nosso salário em dia, parcela as verbas das nossas escolas. Nós já protestamos no 7 de setembro contra o governador porque a nossa escola está sucateada. Não tem infraestrutura que contemple nossos alunos, temos um laboratório com vários computadores que não podem ser usados porque não temos uma rede elétrica que correspondente", completou.

Leia aqui o pedido de impeachment na íntegra.