Responsável direta pelo golpe parlamentar de 2016, hoje denunciado como "encenação" até pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, a mídia brasileira se dá conta de que esse processo arruinou a economia brasileira; no Valor, "a economia derrete"; no Estado e no Globo, o Brasil se torna lanterninha no mundo; na Folha, 2017 passa a ser um ano perdido; a quebra do Brasil foi construída em várias etapas: em 2014, ano da disputa eleitoral, a ordem era dizer que tudo ia mal, quando o País tinha pleno emprego; 2015 foi o ano do ‘quanto pior, melhor’, que visava criar as condições para o golpe; neste ano, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saída
1 DE DEZEMBRO DE 2016 ÀS 07:59 //
247 – O processo de autodestruição do Brasil, conduzido pela aliança formada pelas forças derrotadas nas eleições presidenciais de 2014, políticos corruptos e meios de comunicação oligopolizados, atingiu seu objetivo: o Brasil, de fato, conseguiu se autodestruir.
É essa a realidade que está estampada nas manchetes dos principais jornais do País, que se envolveram diretamente na construção do golpe parlamentar de 2016, hoje denunciado como "encenação" por Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (leia aqui).
No Valor Econômico, que pertence à Globo, a ficha finalmente caiu e o jornal, que antes falsificava a realidade com a tese da "volta da confiança", admite que "a economia derrete".
Na Folha, aponta-se que, depois da queda de 5% do PIB em 2015 e de 3,5% em 2016, 2017 será também um ano perdido. O teto do crescimento será de apenas 1%, mas muitas instituições financeiras já falam em algo próximo a zero.
No Globo e no Estado de S. Paulo, o Brasil é colocado como lanterninha global em matéria de crescimento.
Esse processo de autodestruição do Brasil foi construído em várias etapas.
Em 2014, quando Dilma era favorita à reeleição, os grupos de comunicação se uniram para dizer que tudo ia mal, quando o Brasil vivia uma situação de pleno emprego.
Relembre aqui como o Brasil atingiu a menor taxa de desemprego da história, naquele ano:
Em 2015, quando ainda era possível enfrentar a queda de de arrecadação com aumentos pontuais de impostos, como a CPMF, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se uniram para promover o impeachment. A política passou a ser dominada pela lógica do ‘quanto pior, melhor’.
Em 2016, com Michel Temer e Henrique Meirelles há mais de seis meses no poder, a recessão se aprofunda diante da incapacidade da dupla de apontar qualquer saída.
Na contabilidade desse desastre, o Brasil acumula sete trimestres consecutivos de queda do PIB: os quatro de 2015 (da aliança entre Aécio e Cunha) e os três primeiros de 2016. Ou seja: a maior recessão da história do País é resultado direto do golpe, desde as condições criadas para torná-lo possível.
Os meios de comunicação que se associaram a esse processo apontam o resultado desastroso, mas ainda não fazem – como provavelmente jamais farão – seu mea culpa pela maior destruição de riquezas, empregos e esperanças da história do Brasil.