"Região Noroeste perderá muito se a
Reformada Previdência for aprovada"
Deputado estimula comitês municipais e cogita emendas à PEC 287
Formado por dezenas de representantes de cooperativas e sindicatos de trabalhadores rurais e urbanos, seccional da OAB-RS, professores, lideranças políticas e comunitárias, já está a pleno vapor, em Santa Rosa, o trabalho do Comitê Municipal Contra a Reforma da Previdência. Em diversos outros municípios da região, comitês semelhantes estão sendo organizados. “A ideia é criar um mecanismo que fale diretamente aos deputados e senadores, fazendo-os saber que o povo trabalhador não aceitará esta proposta cruel e desumana do governo Temer”, diz o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), que tem estimulado a formação dos comitês em todos os lugares por onde passa.
Para Bohn Gass, não apenas os trabalhadores e trabalhadoras, mas a economia da região Noroeste como um todo, será profundamente prejudicada se a reforma for aprovada. “Nossos municípios têm a agricultura familiar como motor da economia. Pois a reforma de Temer vai diminuir a renda desta atividade de tal modo que não é exagero anunciar que, se for aprovada, a miséria será a realidade do campo. E devemos lembrar que, em muitos locais, a renda gerada pelas aposentadorias e benefícios pagos aos agricultores, é maior do que o repasse do Fundo de Participação dos Municípios”.
Pela reforma de Temer, os agricultores deixarão de ser considerados segurados especiais da Previdência. Além disso, as exigências de 49 anos de contribuição e 65 anos de idade mínima para a aposentadoria, atingem diretamente quem vive da agricultura familiar. “A reforma despreza a dupla e a tripla jornada das trabalhadoras rurais e torna a aposentadoria um direito praticamente inalcançável. Professores e policiais também perderão direitos legítimos e justos como, de resto, todo o universo do trabalho será prejudicado.”
FETAG E CUT VÃO FAZER “GRITO DE ALERTA” – Em sintonia FETAG/RS, Bohn Gass já garantiu sua participação no Grito de Alerta, atividade que deve ocorrer no próximo dia 23, em Santa Rosa e que, com o apoio da CUT, deve reunir cerca de 10 mil pessoas de mais de 80 municípios da região Noroeste.
O deputado tem se desdobrado para, simultaneamente à organização dos comitês e atos de protestos, estudar a possibilidade de apresentar emendas à reforma. Na Câmara Federal, as mudanças tramitam como Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sob o número 287. “A sobrevivência e toda a história de lutas e conquistas da agricultura familiar está em jogo. Nasci para a política como sindicalista rural e, portanto, esta é uma das maiores batalhas que travarei na vida. Se formos derrotados, a região Noroeste sofrerá um impacto social e econômico de proporções catastróficas.”
