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Safra de milho 2016/17 na área de atuação da Cotricampo

SAFRA DE MILHO 2016/2017 NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DA COTRICAMPO

O cultivo de milho na safra 2016/2017 teve aumento de área na região celeiro. O principal fator que impulsionou a expansão foi o preço favorável no momento da semeadura, devido à escassez do cereal no mercado interno em 2016. Diante disso, os produtores direcionaram suas estratégias à cultura do milho, investiram em tecnologia, aumentaram área, as condições climáticas, em geral, contribuíram e os resultados vieram. Porém, o cenário de preços na colheita se inverteu totalmente.

Em relação à safra 2015/2016, que foi de preço baixo no momento da semeadura, a safra 2016/2017 teve um aumento de área de aproximadamente 15% na região de atuação da Cotricampo. O motivo foi o preço alto do produto motivado pela escassez de oferta no mercado interno, aliado à abertura de exportações. Porém, isso foi no momento da semeadura. Próximo à colheita, quando desenhada uma super oferta do produto, e o Centro-Oeste brasileiro com intenção e condições de semear área recorde e boas previsões climáticas para aquela região, o preço sofreu grande pressão baixista e hoje o saco de milho vale quase metade do valor do momento de instalação da cultura.

Dentro da região de atuação da COTRICAMPO, temos diferentes características de clima, o que muda também a época preferencial de semeadura. A região que abrange os municípios de Tenente Portela, Tiradentes do Sul, Três Passos, Crissiumal, Humaitá, Sede Nova, São Martinho e Alegria, por sofrer menor impacto de geadas tardias, semeiam o milho mais cedo, começo de Agosto ou até mesmo final de Julho. Nesses locais, as chuvas foram bem distribuídas e as produtividades muito boas. Já na região mais fria, que abrange os municípios de Campo Novo, Coronel Bicaco, Braga e Redentora, que semeia o milho em final de agosto a começo de setembro, teve uma quebra de 10 a 50% conforme o município, devido à falta de chuva no período de floração da cultura. Portanto, em nossa região tivemos produtividades de mais de 200 sacos por hectare em áreas não irrigadas até menos de 100 sacos por hectare. Esses rendimentos, em conjunto com o aumento de área e a participação cada vez maior no recebimento de grãos pela Cotricampo, proporciona um recebimento recorde à cooperativa, que já ultrapassa um milhão e trezentos mil sacos de milho até o momento.

Então, tivemos um aumento de área na cultura do milho, foi investido em alta adubação, correto manejo fitossanitário, implantada genética de alta produtividade, as produtividades em média foram boas, mas o preço diminuiu muito a renda do produtor. Diante disso, o produtor buscando renda semeia grande parte das restevas de milho com soja safrinha. Porém, esse ano devido ao frio ocorrido durante o ciclo do milho, houve atraso na colheita do mesmo e conseqüente atraso na semeadura da soja safrinha, que é feita em época desfavorável, mas o produtor se vê na necessidade de arriscar. Para a próxima safra de milho, temos um cenário desafiador e com tendência mais uma vez de diminuição de área. É a realidade brasileira enquanto não tivermos efetivos mecanismos de regulação de preços.

Eng° Agrônomo Rodolfo R. Richter, coordenador técnico da COTRICAMPO.

Campo Novo, 22 de Fevereiro de 2017.