"Ele procura constituir uma narrativa do golpe. Com a sua autoridade, ele fala pelo golpe e procura naturalizar situações e questões que não podem ser naturalizadas. Mas hoje, Gilmar Mendes se superou", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) em vídeo; ele critica a tese do ministro do STF de que é preciso diferenciar caixa 2 de propina e ainda a defesa de que é preciso considerar o cenário político para o julgamento contra Temer no TSE
13 DE MARÇO DE 2017 ÀS 18:53 //
Rio Grande do Sul 247 – Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (13), o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) criticou as declarações do ministro Gilmar Mendes, do STF, que defendeu que é preciso diferenciar propina de caixa 2, reforçando o discurso feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na semana passada em defesa de Aécio Neves.
As declarações foram feitas às vésperas das investigações chegarem à cúpula do PMDB e do PSDB, com a segunda lista de políticos envolvidos na Lava Jato que deve ser publicada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
"Ele procura constituir uma narrativa do golpe. Com a sua autoridade, ele fala pelo golpe e procura naturalizar situações e questões que não podem ser naturalizadas. Mas hoje, Gilmar Mendes se superou", diz Pimenta (assista ao vídeo acima).
Para o deputado, o que explica essa mudança repentina de opinião do ministro, que também é presidente do TSE, é a proximidade e a relação de sua amizade com membros do PMDB e PSDB.
Outra crítica de Pimenta em relação a Gilmar Mendes foi a tese do ministro de que a estabilidade política deve ser levada em consideração durante julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE.
Como no meio jurídico a cassação de Temer, pelo recebimento de R$ 10 milhões de propina, é dada como certa, devido à farta quantidade de provas, as declarações de Gilmar Mendes foram interpretadas como um último ‘apelo’ para que o TSE salve a pele de Michel Temer, acredita Pimenta.