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Mesmo na mira da Lava Jato, ministros ficam nos cargo

Mesmo na mira da Lava Jato, ministros ficam nos cargos

Citado na Lava Jato, Moreira Franco não caiu. Ainda foi nomeado para a Secretaria-Geral, com status de ministério.

Em um ano no poder, Temer trocou vários ministros envolvidos em casos de corrupção (Beto Barata / PR)

Não demorou muito para a gestão Michel Temer sofrer os efeitos da Operação Lava Jato. Apenas no 12.º dia de governo caiu Romero Jucá (PMDB-RR), então ministro do Planejamento considerado peça-chave pelo presidente para fazer a articulação com o Congresso. O senador saiu depois que foram divulgados áudios em que ele sugere, em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um pacto para estancar a "sangria" da Lava Jato. 

A operação ainda vitimou diretamente outros dois auxiliares do primeiro ministério: Fabiano Silveira, da pasta de Transparência Fiscalização e Controle; Henrique Alves, do Turismo. Fábio Medina Osório foi demitido da Advocacia-Geral da União (AGU) após uma série de mal-entendidos. 

Também saíram Marcelo Calero, que comandava a Cultura, após trocas de acusações com Geddel Vieira Lima, então secretário de Governo, que caiu uma semana depois; e José Serra, hoje ex-ministro de Relações Exteriores, que alegou problemas de saúde, mas foi altamente implicado pelas delações da Odebrecht. Completa a lista de ministros que deixaram o cargo com menos de um ano Alexandre de Moraes, que foi indicado para trocar a Justiça pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Ao menos Jucá e Geddel tinham papel fundamental na articulação política e no comando do Orçamento. A saída deles fragilizou bastante o governo", diz o cientista político do Insper Carlos Melo. 

Também citado na Lava Jato, Moreira Franco não caiu. Pelo contrário, para obter o chamado foro privilegiado, e escapar da mão do juiz Sérgio Moro que investiga a Lava Jato na primeira instância em Curitiba, foi nomeado em fevereiro para a Secretaria-Geral da Presidência, com status de ministério.

Para o professor emérito de Ciências Políticas da Universidade de Brasília, David Fleischer, o fato de oito representantes do atual ministério terem sido incluídos na lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, para serem alvo de inquérito, deixa o governo em estado permanente de atenção. "O presidente corre o risco de perder outro ministro a qualquer momento, especialmente se o STF decidir restringir o foro privilegiado", diz Fleischer. 

Melo, por sua vez, ressalta que o próprio Temer é implicado na Operação Lava Jato, dentro do acordo de delação premiada de Cláudio Melo Filho, um ex-executivo da Odebrecht que cita nome do presidente 43 vezes. Segundo o delator, ele teria pedido R$ 10 milhões em caixa 2 para a campanha de 2014. O presidente nega. 

Agência Estado