O prefeito de Magé, Rafael Tubarão (PPS), esteve na manhã desta quarta-feira no Cemitério de Raiz da Serra, naquele município na Baixada Fluminense, onde se encontrou com a filha do ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira. Ele anunciou que vai custear as despesas com exumação e exame de DNA para descobrir a ossada do craque e, para isso, vai buscar a autorização dos familiares.
— Vamo fazer isso o mais rápido possível. É uma situação chata. Garrincha foi o maior jogador de todos os tempos. Queremos dar dignidade ao maior ídolo que nasceu no município — afirmou.
Rafael Tubarão admitiu ainda que a prefeitura não sabe onde está sepultado o corpo de Mané Garrincha. A administração do cemitério admite a hipótese de que os restos mortais de Garrincha possam até ter se perdido durante um processo de exumação.
Duas dos nove filhos do ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira já concordaram em autorizar a exumação de corpos que estão em dois túmulos no Cemitério de Raiz da Serra. Rosângela Cunha Santos, de 63 anos, disse nesta quarta-feira que está disposta a autorizar a realização de uma nova exumação. Segundo ela, sua irmã Maria Cecília Santos também já concordou:
— No que depender de mim, eu autorizo a exumação. Quero saber onde está o corpo do meu pai. E se puder, colocar numa sepultura melhor. Falei com Maria Cecília ontem e ela também já autorizou tudo. A tendência é que todos os filhos concordem. Queremos resolver isso logo — desabafou.
Duas sepulturas
No local, existem duas sepulturas como o nome de Garrincha. A primeira é coletiva e fica na parte baixa do terreno. É o local onde originalmente Mané foi sepultado, além de outros parentes do craque. Os corpos que as filhas pretendem que sejam exumados são os que se encontram nestes dois jazigos.
A segunda fica na parte superior do cemitério. Distante 200 metros do primeiro túmulo, foi construída em 1985 pela Prefeitura de Magé, que marcou o ponto com um obelisco. Uma das filhas do jogador, Rosângela Santos diz que a família sofre sem saber onde Garrincha está sepultado.
O corpo de Garrincha teria sido retirado, há cerca de dez anos, do túmulo onde originalmente foi sepultado. Segundo João Rogoginsky, de 70 anos, primo do jogador, outra pessoa da família morreu e precisou ser enterrada naquele jazigo. Ele foi informado, na época, de que a ossada do atleta foi retirada para ser colocada num nicho. Mas João não assistiu à exumação.
Descoberta por acaso
A atual administração da Prefeitura de Magé descobriu, por acaso, que o destino do corpo é incerto. O prefeito Rafael Tubarão queria fazer uma homenagem ao craque, que completaria 84 anos em outubro. Ele procurou saber o local exato do sepultamento e recebeu da Secretaria de Ação Social um relatório de um recadastramento no cemitério, feito em anos anteriores, que dizia que o corpo tinha sido exumado. O documento se baseia em informações de João e Rosângela, que não presenciaram a exumação.
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