Mais cedo, Janot denunciou o senador pelos crimes de corrupção e obstrução da Justiça
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu hoje ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma autorização para investigar o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), dessa vez por lavagem de dinheiro. O pedido foi feito no início da noite, após o parlamentar ter sido denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
De acordo com Janot, as provas colhidas nas buscas e apreensões realizadas na Operação Patmos apontaram para o suposto cometimento de novos crimes, que ainda exigem o aprofundamento das investigações.
Denúncia
Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot acusou Aécio Neves de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos delatores da JBS. Também foram denunciados a irmã do parlamentar, Andrea Neves, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG).
Todos foram citados na delação premiada da JBS. De acordo com o procurador, Frederico e Mendherson intermediaram a entrega do valor e esse último repassou parte dos recursos a uma empresa ligada ao filho de Perrella. A denúncia está baseada em gravações feitas pela Polícia Federal, durante uma ação controlada.
Em nota, a defesa do senador afastado disse que recebeu “com surpresa a notícia” da denúncia. Os advogados apontaram que “diversas diligências de fundamental importância”, entre elas o depoimento de Aécio e a perícia nas gravações, ainda não ocorreram. “Assim, a defesa lamenta o açodamento no oferecimento da denúncia e aguarda ter acesso ao seu teor para que possa demonstrar a correção da conduta” de Aécio.
