Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

Prefeitos gaúchos rechaçam extinção de zonas eleitorais pelo TSE

Prefeitos e vereadores de municípios gaúchos se posicionaram contra a disposição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de extinguir zonas eleitorais no Rio Grande do Sul – e no Brasil.
A  decisão foi tomada em em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado na noite desta quarta-feira (2/8).
 
As autoridades municipais estimam que a medida obrigará eleitores de seus municípios a ter de viajar até 150 km para ter acesso a serviços eleitorais se houver extinção de cartórios.
“Isso (ônus da medida) vai cair nas costas dos prefeitos”, disse o chefe do Executivo de Tapera, Volmar Kuhn, à Comissão de Segurança e Serviços Públicos do Legislativo, que abrigou a audiência, proposta e conduzida pelo deputado Pedro Ruas (PSol).
Os prefeitos já estão sendo cobrados por suas comunidades e sabem que a pressão aumentará sobre eles. 
 
“Há uma inconformidade” com a medida, declarou o prefeito de Triunfo, Valdair Kuhn, que acredita que eleitores vão acabar desistindo de votar se tiveram de viajar grandes distâncias, enfraquecendo a participação democrática.
O prefeito de Não-Me-Toque, Armando Roos, que exerce seu terceiro mandato, ficou impressionado com o número de pessoas que lotaram a sala do Fórum Democrático da ALRS.
“Nunca vi tantas entidades públicas reunidas. Sugiro que enviemos documento ao TSE demonstrando nossa contrariedade”.
 
O prefeito de Mostardas, Moisés Pedone, quer que seu município não seja atingido e torce para que o mesmo ocorra com Tavares, outra cidade do Litoral Norte.
“Metade das nossas populações são rurais. Qualquer que seja o município prejudicado, os eleitores teriam de viajar cerca de 150 quilômetros”.
 
O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Gilberto Schäfer, afirmou que a desculpa de busca de economia não justifica extinção de zonas eleitorais.
“A poupança é pífia, ínfima, de cerca de 0,08%. É uma medida nefasta à Justiça Eleitoral e à democracia”.
Schäfer relatou que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra o dispositivo do TSE.
Sustenta-se que o TSE não tem competência para extinguir zona eleitoral por resolução; a competência é do Congresso por lei complementar.
 
O presidente do TRE, Carlos Marchionatti, informou que, em maio, o tribunal entrou em contato com Gilmar Mendes e o ministro foi atencioso e prometeu revisar a norma. “A revisão não resolveu tudo, mas boa parte da situação foi resolvida”, disse.
Em meados deste mês, Marchionatti irá a Brasília “levar ao TSE a justificativa para que a Justiça Eleitoral seja preservada no Estado”.
 
A juíza Solange Moraes, de Triunfo, que já atuou em Iraí e Constantina, então o menor colégio eleitoral do país, observou que as disputas eleitorais nos pequenos municípios são muito acirradas e que os eleitores precisam ser respeitados e atendidos pela Justiça Eleitoral.
 
A ex-presidente do TRE Elaine Harzheim Macedo, que preside o Instituto Gaúcho de Direito Eleitoral, em posição frontalmente oposta a Marchionatti, enfatizou que sua entidade não aceita “nem uma zona eleitoral a menos”.
 
A Assembleia Legislativa enviará ofício ao TSE, segundo o deputado Pedro Ruas, repelindo a extinção de zonas eleitorais no Estado. (com informações da Assessoria de Imrensa)
Foto: Divulgação Ajuris/Joice Proença
Jornal Já////