Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky, venceu como melhor filme brasileiro.
Elenco de "Como Nossos Pais" comemorou premiação. (Divulgação.)
Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky, venceu como melhor filme brasileiro. Foram seis Kikitos, incluindo filme, direção, ator e atriz (Paulo Vilhena e Maria Ribeiro), atriz coadjuvante (Clarisse Abujamra, o mais merecido de todos) e montagem. A diretora foi veemente em defesa das mulheres na indústria do audiovisual, onde representam apenas 15%. O júri estrangeiro contemplou dois longas da Argentina – Sinfonia para Ana, de Virna Molina e Ernesto Ardito, melhor filme, e Federico Godfrid, melhor diretor, por Pinamar. A questão do feminismo está presente em Ana e o filme retoma os anos de chumbo. Aborda a política, também presente no peruano La Ultima Tarde, de Joel Calero, que venceu melhor roteiro (do próprio diretor) e atriz (Katerina D’Onofrio).
La Ultima Tarde tem um plano sequência acachapante – mais de 30 minutos de intenso diálogo. Foi o filme mais ousado, esteticamente, de todas as competições. O melhor foi Pinamar. A crônica de dois irmãos, e nem litigiosos como Caim e Abel. O que faz o mistério dos grandes filmes? Alguma coisa que tem de passar e imprimir na imagem.
Pinamar tem esse algo mais. Venceram a mostra de curtas A Gis, de Thiago Carvalhaes, melhor filme, sobre uma trans brasileira assassinada em Portugal, e Tailor, animação de Cali dos Anjos. Cali, que é trans, fez história ao vencer o Kikito de direção.
A crítica, cumprindo sua função, foi rigorosa e destacou os melhores dos melhores: Pinamar, melhor longa latino; As Duas Irenes, de Fábio Meira, o melhor brasileiro; e O Quebra-Cabeças de Sara, de Allan Ribeiro, melhor curta.
Agência Estado/Dom Total///