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Lula afirma a jornal espanhol que Dilma errou e traiu os eleitores

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, que a ex-presidente Dilma Rousseff “traiu seu eleitorado” ao promover o ajuste fiscal porque tinha prometido manter as despesas nas eleições de 2014.

Segundo ele, esse foi o segundo erro da presidente. O maior, afirmou, foi a política de desoneração às empresas. “Começamos a perder credibilidade. O ano de 2015 foi muito semelhante ao de 1999, quando FHC teve uma popularidade de 8% e o Brasil quebrou três vezes. Mas o presidente da Câmara era Michel Temer e ele o ajudou. Nós tivemos o Eduardo Cunha.”

Na entrevista, publicada no domingo (22), Lula diz ter certeza de que, assim como ele, Dilma pensa que o ex-sindicalista deveria ter concorrido em seu lugar nas eleições de 2014. Ao responder se estava arrependido por não ter disputado, Lula disse que não porque foi leal a Dilma. “Ela tinha direito de ser reeleita. Mas eu pensei nisso muitas vezes e eu sei que Dilma também. O que acontece é que eu não sou o tipo de pessoa que se arrepende.”

Ao ser questionado sobre a hipótese de ter a candidatura barrada em 2018, Lula disse que espera disputar a Presidência, mas que “ninguém é imprescindível”. “Existem milhares de Lulas”, declarou.

O ex-presidente falou ainda sobre o ex-ministro Antonio Palocci, que negocia acordo de delação premiada com a Lava-Jato e afirmou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que Lula avalizou um “pacto de sangue” com a Odebrecht por supostas propinas ao PT. Afirmou que Palocci fez uma delação sob pressão e que a única verdade em seu depoimento foi ter reconhecido que buscava o benefício da lei.

Sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, Lula disse que não dá nenhum apoio incondicional. “Defendo para a Venezuela o mesmo para o Brasil, que é cuidar de seus assuntos sem interferência externa.” Sobre o presidente americano, Donald Trump, que não se deve governar pelo Twitter.

Eleições 2018

Para Lula, o País tem que voltar a ser governado pensando nas maiorias e não em alguns poucos. Ele também acusa Temer de pretender “privatizar” o Brasil e justifica sua vontade de se candidatar mais uma vez para mostrar ao mundo que o Brasil “pode funcionar”.

“Me candidato aos meus 72 anos porque há muitas pessoas que sabem governar, mas nenhum sabe cuidar do povo mais necessitado como eu faço. Conheço suas entranhas, sei como vivem, do que precisam. Se acreditavam que uma condenação ia me tirar a ideia de ser candidato, conseguiram o efeito contrário”, disse Lula na entrevista.

“O julgamento ao qual estou submetido é uma farsa. Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público encontraram uma única prova para me acusar, por isso digo que a sentença do juiz Sérgio Moro é eminentemente política”, completou o ex-presidente ao ser perguntado sobre a condenação em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

O ex-presidente afirmou que hoje a imprensa tem mais poder que o Ministério Público no Brasil e que, pela primeira vez, um juiz está se comportando de acordo com a opinião pública. “Encontraram dinheiro na casa de Aécio Neves, na do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, na do ex-ministro Geddel Vieira Lima, mas na minha casa, nada. Mexeram nas contas de bancos de todo mundo para encontrar algum desvio de dinheiro e, nada. Mas de manhã, de tarde e de noite a imprensa me destrói e se nega a publicar que não há provas contra mim”, criticou Lula.

 

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