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Cesa “é autossustentável”, mas governo “não vê como função do Estado”, afirma diretor

Cláudio Cava Corrêa afirma que acordo com funcionários para liquidação deve contemplar interesses de todos

Cláudio Cava Corrêa afirma que acordo com funcionários para liquidação deve contemplar interesses de todos | Foto: Vilmar da Rosa / Seappa / CP Memória

 

A gestão Sartori afirma, desde o lançamento de pacote de austeridade em 2015, que a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) é deficitária. O diretor-presidente da empresa, Cláudio Cava Corrêa, relata que a situação da estatal "é autossustentável", mas que o motivo da liquidação é pelo governo não ver "como função de Estado" a área de armazenagem de grãos. A Assembleia Legislativa pode votar nesta terça-feira o projeto de liquidação, a depender de um acordo de lideranças.

 

"O governo entende não ser sua função como proposta prioritária ou programa de governo", relatou o dirigente. "Desta forma, definiu por bem encaminhar o projeto de liquidação", acrescentou Cava. "Como deixou de ser um interesse do governo, manter isso, repassou para os empresários essa atividade", explicou.

 

Segundo o dirigente, a liquidação não deve gerar prejuízos aos produtores, contudo. "Agora existem carências para construção de silos e prazos de até dez anos para pagar", salientou.

 

Apesar das facilidades, com incentivos dos governos estadual e federal, Cava reconheceu que a Cesa já teve atuação essencial na economia gaúcha. "Esse papel foi fundamental, pois não tínhamos armazenagem e a construção das unidades foi feita em pontos que demandavam pela grande produção", citou. "Foram distribuídas 22 unidades para que cada região tivesse armazenagem satisfatória."

A Cesa, conforme o diretor, segue como referência para todo o mercado. "Algumas unidades ainda cumprem esse papel e a Cesa é um balizador de preços de estocagem. A empresa privada define o preço, abaixo ou acima, levando em conta a Cesa", frisou.

 

Sobre a liquidação em si, o dirigente garantiu que as negociações realizadas foram satisfatórias para todas as partes. "O projeto contempla os funcionários e a retirada gradual do estado da área de armazenagem. Deve satisfazer aos interesses de todos", projetou

 

"Dos 57 funcionários, 35 são aposentados e não serão absorvidos pela Secretaria da Agricultura", relatou. "São seletistas e terão seus direitos pagos, num processo de liquidação", disse. "Um acordo num total de R$ 280 milhões foi feito inicialmente e ficou com um desconto de 60% em R$ 117 milhões, dividido em três etapas." Para cumprir isso, o Piratini tenta arrecadar dinheiro leiloando as unidades de armazenagem. "As mais rentáveis, como Porto Alegre e Rio Grande, serão as últimas a serem vendidas."

 

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