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Acordo entre PT e PSB é jogo de soma negativa

A composição anunciada nesta quarta-feira entre o PT e o PSB, selando o apoio da direção petista ao governador Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco, e dos socialistas ao também governador Fernando Pimentel (PT), em Minas Gerais, não produziu o resultado esperado; em Pernambuco, Marília Arraes, que é a maior liderança do PT no estado, se rebelou contra a direção nacional; em Minas, Márcio Lacerda, que concorreria ao Palácio da Liberdade pelo PSB, seguiu o mesmo caminho – ou seja, nenhum deles seguirá as ordens das direções; para completar, aqueles que são os personagens mais importantes no processo político – os eleitores – se sentiram traídos

 

1 DE AGOSTO DE 2018 ÀS 21:56 //

 

247 – O acordo anunciado nesta quarta-feira entre as direções nacionais do PT e do PSB é o chamado jogo de soma negativa, em que o produto da equação é menor do que aquele que seria esperado pela adição dos fatores. Saudado por seus entusiastas como uma jogada de mestre, o acordo deveria garantir as eleições de Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco, e de Fernando Pimentel (PT), em Minas Gerais, com a desistência de dois concorrentes: a petista Marília Arraes, em Pernambuco, e o socialista Márcio Lacerda, em Minas Gerais.

O que se viu horas depois do anúncio do acordo foi um desastre completo, que deixou claro que o acordo não foi negociado nem discutido com os dois candidatos abatidos pelas decisões partidárias. "A candidatura foi colocada a preço de banana por um não apoio do PSB", disse Marília Arraes (leia aqui). "A mim foi oferecida, como alternativa à candidatura ao governo do Estado, a candidatura ao Senado em uma composição com o Partido dos Trabalhadores, sugestão com a qual prontamente discordei. Recebi esta comunicação com indignação, perplexidade, revolta e desprezo", afirmou Márcio Lacerda (leia aqui).

Parece claro, portanto, que nem Marília, hoje a maior liderança do campo progressista em Pernambuco, fará qualquer esforço por Paulo Câmara, um governador mal avaliado e que apoiou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, e nem Lacerda apoiará Pimentel – a tendência, ao contrário, é que ambos ou se ausentem do processo político ou até apoiem candidaturas adversárias.

O mais importante, no entanto, diz respeito àqueles que deveriam ser os atores mais importantes no processo político: os eleitores. Estes, em sua grande maioria, se sentem traídos pelo acordo firmado entre as direções partidárias.