Cotação do dia

USD/BRL
EUR/USD
USD/JPY
GBP/USD
GBP/BRL
Trigo
R$ 115,00
Soja
R$ 180,00
Milho
R$ 82,00

Tempo

‘Racista, homofóbico e sexista’, Bolsonaro pode ‘liquidar a democracia’, diz jornal francês

No Brasil, um ex-militar para liquidar a democracia’ é a manchete da matéria.

‘Ultranacionalista, reacionário, anti-esquerda’ dobrou suas intenções de voto em dois anos (Adriano Machado/Reuters)

O jornal Libération desta quinta-feira (16) se interessa pelas eleições no Brasil. Em duas páginas, o diário traz duas matérias sobre os candidatos à presidência que lideram as pesquisas de intenção de voto: Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

"No Brasil, um ex-militar para liquidar a democracia" é a manchete da matéria assinada pela correspondente do Libé em São Paulo, Chantal Rayes. A repórter classifica Bolsonaro como o "outsider" da campanha eleitoral que começa oficialmente nesta quinta-feira. "Racista, homofóbico e sexista, esse capitão nostálgico da ditadura se aproveita do descrédito que pesa sobre a classe política brasileira", destaca.

"Esse populista da extrema-direita de 63 anos", reitera Libération, cujo gesto preferido é imitar um revólver com a mão – já que uma de suas principais promessas é o direito ao porte de arma a todos – foi recentemente classificado pelo jornal britânico The Economist como "um perigo para a democracia". Libé lembra que por todos os lugares onde Bolsonaro passa, é aclamado como um "mito" por seus seguidores, embora "esse obscuro parlamentar seja mais conhecido por seus ataques contra negros, homossexuais e mulheres do que por sua atividade legislativa, com somente dois projetos de lei aprovados em 27 anos" como deputado do Rio de Janeiro.

Com declarações chocantes, como a de que só não estupraria a deputada Maria do Rosário por achá-la feia, esse "ultranacionalista, reacionário, anti-esquerda", dobrou suas intenções de voto em dois anos, hoje entre 19% e 24%, atraindo um eleitorado masculino, jovem e majoritariamente da classe média. Para cientistas políticos brasileiros entrevistados por Libération, é a anomia do sistema político do país, seus representantes e até mesmo da justiça que alimenta o fenômeno Bolsonaro.

Participação incerta de Lula

Em outra matéria, Libération fala da candidatura de Lula, registrada ontem pelo PT, e que precisa ser validada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Brasil: uma eleição em suspenso devido a um candidato fantasma chamado Lula", publica o diário. Para a correspondente do jornal em São Paulo, "a presença incerta do ex-presidente, favorito, mas preso, torna essas eleições inéditas e particularmente imprevisíveis".

Lula tem entre 30% a 40% das intenções de voto, e o PT promete lutar até o fim para que sua candidatura seja validada, destaca o diário. Mas, "condenado a doze anos e um mês de prisão, apesar da ausência de provas contra ele, o líder da esquerda está, em princípio, inelegível, segundo a lei da Ficha Limpa", publica Libération.

Sem Lula, será que o PT tem chances?, questiona a matéria, que lembra que o provável substituto do ex-presidente, Fernando Haddad, é pouco conhecido dos brasileiros e teria apenas entre 2% e 3% das intenções de voto. Por isso, atualmente, o líder petista testa o ex-prefeito de São Paulo, mas, imbatível, continua sua campanha da cela onde está preso em Curitiba.

Rádio França/dom total///