"Um governo que restringe o trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser transparente. Os brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial por causa das limitações impostas à circulação de jornalistas em Brasília", diz a nota da Abraji
2 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 06:00 //
Sputinik – A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu uma nota nesta terça-feira (1º) criticando o tratamento dado à imprensa durante a cobertura da cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o documento, o tratamento dado aos jornalistas foi "antidemocrático" ao "restringir o trabalho da imprensa".
"Um governo que restringe o trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser transparente. Os brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial por causa das limitações impostas à circulação de jornalistas em Brasília", diz a nota.
Segundo relatos dos próprios jornalistas no Twitter, até o acesso à água e ao banheiro estavam limitados.
"Confinados desde as 7h, alguns com acesso limitado a água e a banheiros, eles não puderam interagir com autoridades e fontes, algo corriqueiro em todas as cerimônias de início de governo desde a redemocratização do país", escreveu a Abraji.
A colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, publicou um texto em que relata como foi o tratamento dado aos jornalistas durante a cerimônia. De acordo com a colunista, somente um jornalista de cada veículo pôde entrar no Palácio e com acesso restrito às autoridades, algo inédito desde a redemocratização brasileira.
"Os outros ficariam do lado de fora, na portaria ou num corredor aberto no meio da população. E a assessoria alertava: neste local, era preciso evitar movimentos bruscos. Fotógrafos não deveriam erguer suas máquinas. Qualquer movimento suspeito poderia levar um sniper [atirador de elite] a abater o ‘alvo", escreveu a jornalista.
Leia a nota da Abraji na íntegra:
Um governo que restringe o trabalho da imprensa ignora a obrigação constitucional de ser transparente. Os brasileiros receberão menos informações sobre a posse presidencial por causa das limitações impostas à circulação de jornalistas em Brasília.
Confinados desde as 7h, alguns com acesso limitado a água e a banheiros, eles não puderam interagir com autoridades e fontes, algo corriqueiro em todas as cerimônias de início de governo desde a redemocratização do país.
A Abraji protesta contra este tratamento antidemocrático aos profissionais que estão lá para levar ao público o registro histórico deste momento.