Um dia depois da suspensão das investigações do escândalo Queiroz feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Fux, a percepção unânime de magistrados, ministros e agentes políticos é a de que, ao acionar o STF, Flávio Bolsonaro comprometeu o governo inteiro de seu pai; o primogênito do presidente admitiu culpa, levou seu caso à corte de maior ressonância do país, abriu um imenso flanco para ofensiva da PGR sobre o pai e, ainda, eliminou parte das alternativas que, à frente, poderiam beneficiá-lo
247 – Um dia depois da suspensão das investigações do escândalo Queiroz feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Fux, a percepção unânime de magistrados, ministros e agentes políticos é a de que, ao acionar o STF, Flávio Bolsonaro comprometeu o governo inteiro de seu pai. O primogênito do presidente admitiu culpa, levou seu caso à corte de maior ressonância do país, abriu um imenso flanco para ofensiva da PGR sobre o pai e, ainda, eliminou parte das alternativas que, à frente, poderiam beneficiá-lo.
A situação torna-se ainda mais complexa e ambígua porque o destino da ‘trapalhada’ de Flávio agora esta na mão de Marco Aurélio Mello: se devolver o caso à primeira instância, Mello – que é o relator -, colocará uma pedra sobre a chance de a defesa, adiante, alegar nulidades na investigação.
A reportagem da coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo ainda destaca que "criminalistas com larga atuação no STF explicam que, ao levar a apuração sobre a movimentação na conta de Fabrício Queiroz, o ex-motorista, à última instância, a defesa de Flávio deu chance para que, com sua decisão, Marco Aurélio Mello valide todos os atos do Ministério Público do Rio até aqui."
Segundo a matéria, "faltou estudo": "não são poucas as investigações rumorosas que caíram em cortes superiores por falhas formais de procedimento da acusação. A Castelo de Areia talvez seja uma das mais famosas. Há espaço ainda para o relator pedir parecer da Procuradoria-Geral. Daí o risco de o cheque enviado pelo ex-motorista à primeira-dama Michelle Bolsonaro entrar na mira do STF. O presidente já disse que o destinatário do dinheiro era ele."
A coluna ainda acrescenta: "Ministros do STF se espantaram com o tamanho da trapalhada. ‘O enredo não é bom e o motorista apareceu cedo demais’, disse um integrante da corte, em referência ao funcionário que teve papel central na queda de Fernando Collor."
