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O Conselho Nacional do Ministério Público pode afastar o procurador do caso Flávio Bolsonaro

Flávio voltou a acusar o Ministério Público do Rio de Janeiro de vazar dados sigilosos. (Foto: EBC)

O Conselho Nacional do Ministério Público vai analisar pedido de liminar para afastar o procurador-geral de Justiça do Rio, José Eduardo Gussem, das investigações que envolvem o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator Luiz Fernando Bandeira de Mello vai pedir explicações ao procurador. A liminar tem como base uma fotografia que mostra o procurador conversando com o jornalista Octávio Guedes. Flávio Bolsonaro disse em entrevista que o encontro mostra de onde os dados do Coaf vazaram.

O pedido de liminar é de autoria do advogado Adão Paiani, do Rio Grande do Sul. Flávio Bolsonaro descartou na última quinta-feira (24) a possibilidade de se afastar do mandato que começará nesta semana. “É mentira. Não sei nem de onde surgiu essa história. Eu nem tomei posse ainda. Vou tomar posse e vou trabalhar muito”, disse ele, em entrevista ao SBT.

Na entrevista para a emissora, Flávio voltou a acusar o Ministério Público do Rio de Janeiro de vazar dados sigilosos para a Globo e também falou sobre declarações que deu como deputado estadual no RJ defendendo a atuação de milícias. Em 2007, por exemplo, ele discursou na Assembleia Legislativa falando que elas não deveriam ser estigmatizadas.

Agora, o senador eleito disse que naquela época ainda estava se discutindo o que era uma milícia e que é contra qualquer tentativa de se implantar “um estado paralelo”. “Estava se generalizando de uma forma muito preocupante. Eu sempre fiz a defesa do servidor da segurança pública. Qualquer local onde moravam dois ou três policiais militares já estava sendo considerado milícia.”

Uma operação deflagrada no Rio, na terça-feira (22), teve como um dos alvos de mandado de prisão o ex-capitão da Polícia Militar Adriano Nóbrega, suspeito de chefiar milícias na cidade. A mãe e a mulher dele foram comissionadas no gabinete de Flávio até o ano passado.

Nóbrega já havia sido homenageado por Flávio na Assembleia, incluindo indicação para a mais alta honraria da Casa, a Medalha Tiradentes. Sobre essa questão, o filho de Bolsonaro disse que já ofereceu centenas de homenagens a policiais do Estado. Também no último dia 24, o Ministério Público do Rio de Janeiro lançou uma nota sobre o caso. Leia a seguir a íntegra do comunicado:

“O Procurador-Geral de Justiça esclarece que faz parte da estratégia de comunicação e fortalecimento da imagem institucional manter contato com todos os veículos de comunicação, seus jornalistas e editores, a fim de informar à população acerca das atividades do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Nesse contexto, o Procurador-Geral de Justiça realiza rotineiramente encontros com profissionais da área de comunicação, para tratar de assuntos relativos à atribuição originária da Procuradoria-Geral de Justiça, ao relacionamento entre Instituições e à imagem do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, sempre de forma técnica e com total respeito à independência e autonomia dos membros do Parquet Fluminense. Na última sexta-feira, 18/01, o Procurador-Geral de Justiça se encontrou com o jornalista Octávio Guedes, a fim de tratar de assuntos técnicos relacionados à sua atribuição originária, dentre os quais o fluxo de informações encaminhado pelo COAF e, especialmente, o entendimento dos Tribunais Superiores acerca da suspensão das investigações do MPRJ pelo STF, ocorrida no dia 17/01. O MP-RJ reafirma, uma vez mais, sua postura apartidária, sem vínculos ideológicos, que pautam a condução dos procedimentos investigativos com estrita tecnicidade, respeito ao sigilo das investigações e às decisões dos Tribunais Superiores.”

 

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