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Morre Luciano Macedo, segunda vítima de carro fuzilado com 80 tiros pelo Exército no Rio

Catador de materiais recicláveis tentou socorrer as vítimas e acabou baleado pelo Exército. Nove militares seguem presos.

 

O carro foi atingido por mais de 80 tiros e o músico morreu no local. (Fabio Texeira/Reuters))

 

 

Foi confirmada na manhã desta quinta-feira, 18, a morte do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, que tentou socorrer as vítimas do carro de músico morto a tiros na tarde do dia 7 de abril, um domingo. Naquele dia, o veículo de Evaldo dos Santos Rosa, de 46 anos, teria sido confundido por soldados do Exército com o de bandidos que estavam agindo nas proximidades do Piscinão de Ramos, em Guadalupe, na zona norte do Rio.

O carro de Rosa foi atingido por mais de 80 tiros e o músico morreu no local. Outro homem que estava no carro ficou ferido. No dia da tragédia, Macedo foi internado em estado grave no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

Mesmo depois que o veículo parou, os disparos continuaram. Sob a fuzilaria, duas mulheres e um menino que estavam no carro rastejaram para fora do veículo. Dez militares do Exército foram presos após a ocorrência. Nove permanecem detidos.

‘Exército não matou ninguém’, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) quebrou o silêncio sobre a execução do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, na tarde do domingo (7). O trabalhador estava no carro da família que foi metralhado por 80 tiros disparados por militares do Exército, no Rio de Janeiro. Apesar de o fato ser grave, o presidente, assíduo no Twitter para comentar assuntos diversos, só falou sobre o ‘incidente’ na sexta-feira (12), após questionamento da imprensa durante inauguração do aeroporto de Macapá. Para o presidente, o Exército "não matou ninguém" e a instituição não pode ser acusada de ser "assassina".

"O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto", afirmou.

Familiares atribuem crime ao governo Bolsonaro

Durante o enterro de Evaldo,  Evaldo dos Santos, o músico morto ao ter o carro atingido por 80 tiros disparados por militares, parente e amigos atribuíram o crime ao presidente Jair Bolsonaro e às forças armadas.

Cerca de 200 pessoas clamaram por justiça várias vezes, enquanto o caixão com o corpo de Evaldo era depositado em um nicho no cemitério de Ricardo de Albuquerque, não muito longe de onde ele foi morto no domingo, quando dirigia o carro em que viajava com a família rumo a um chá de bebê.

A prisão rápida dos militares envolvidos na ação não foi suficiente para acalmar a revolta dos amigos e parentes do músico durante o sepultamento, realizado em um dia chuvoso e quente, após as chuvas torrenciais de segunda-feira que provocaram estragos e mortes na cidade.

Alguns gritavam, "A culpa é sua, Bolsonaro!", enquanto outros acusavam o capitão do Exército na reserva de dar às forças de segurança permissão para cometer atos de violência.

Agência Estado/dom total///