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Greve geral dá recado, mas impacto é menor que esperado

Milhares de manifestantes foram às ruas contra a reforma da Previdência em mais de 350 cidades do país

 

 

Protesto em Recife mobilizou milhares de manifestantes no centro da cidade (Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo)

 

A greve geral contra a reforma da Previdência e cortes na educação mobilizou manifestantes em todos os estados do país e no Distrito Federal. As principais capitais do país tiveram os sistemas de transporte afetados, com reflexo nos serviços públicos e privados, no comércio, na educação. Milhares de cidadãos foram às ruas, convocados pelas centrais sindicais e movimentos sociais. A adesão, no entanto, foi relativa e menor do que os organizadores esperavam e o governo temia.

Embora grande parte dos protestos tenham transcorrido de forma pacífica, foram registrados atos de violência e confrontos entre policiais e pequenos grupos de manifestantes radicais nas grandes cidades do país. Ônibus incendiados, atropelamentos, casos de intoxicação por gás fizeram parte do dia da primeira grande greve geral contra o governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com boletim das centrais sindicais e de movimentos populares, dezenas de cidades amanheceram com o transporte público total ou parcialmente parado e, até o começo da tarde, mais de 350 cidades promoveram atos de protesto. A paralisação dos meios de transporte foi a principal causa de alteração na rotinas das cidades, mas muitas capitais tiveram o sistema de saúde e educação paralisados diante da convocação.

Durante o ato na Avenida Paulista, líderes de partidos de esquerda discursaram contra a reforma da Previdência e pediram a renúncia do ministro da Justiça, Sergio Moro, recentemente atingido por denúncias vazadas pelo site The Interceptque podem evidenciar parcialidade na condução da Operação Lava Jato.

"Qual é a moral de um presidente que se aposentou aos 33 anos tem para impor goela abaixo uma reforma da Previdência como essa?", questionou o ex-prefeito de São Paulo ex-candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad. Aos gritos de "Moro safado, Lula sequestrado" da multidão, o ex-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que Moro "tem que sair, tem que pegar as malas e ir embora. Se quiser ir pra Miami, pode pegar as malas e levar o Paulo Guedes junto."

Em Belo Horizonte, o metrô não funcionou, sobrecarregando o sistema viário. A passeata, que percorreu o centro da capital, transcorreu de forma tranquila e sem maiores incidentes. No Rio de Janeiro, milhares ocuparam as ruas do centro e estações de metrô foram fechadas devido a confrontos entre manifestantes e policiais.  

Outra disputa ocorreu nas redes sociais, evidenciando a polarização política do país. A maior parte dos internautas, segundo registros do Twitter, afirmaram que a greve foi “um fiasco”. De outro lado, organizações e simpatizantes de esquerda comemoraram o que afirmam ser o primeiro de muitos atos contra o governo e que a greve cumpriu o objetivo de mostrar que existe uma oposição concreta às medidas do governo.

 Durante um café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro foi perguntado sobre a greve. O presidente disse ver o movimento como algo natural. "(Vejo) com muita naturalidade. Quando resolvi me candidatar, sabia que ia passar por isso", disse. Sobre reforma da Previdência, alvo das paralisações, Bolsonaro voltou a defender a importância das mudanças nas regras da aposentadoria, sem as quais os empresários não terão "segurança para investir".

Agencias/Dom Total///