A seleção brasileira não foi brilhante, mas soube matar o jogo. Mérito em especial de Gabriel Jesus que, decisivo, fez um gol e deu assistência para Firmino fechar o placar.
Gabriel Jesus, atacante do City, foi decisivo no clássico disputado no Mineirão. Foto (Antonio Cícero / Photopress/Gazeta Press)
Jogar no Mineirão não é problema para o Brasil. É perigo, sim, para a Argentina. A seleção brasileira foi eficiente, contou com a sorte quando precisou e bateu a equipe de Lionel Messi por 2 a 0, nesta terça-feira, para garantir vaga na final da Copa América. Pela segunda vez em menos de três anos os argentinos vieram para Belo Horizonte e vão embora com derrota.
O Brasil não foi brilhante. O time de Tite levou duas bolas na trave (uma em cada tempo), deu espaço excessivo para Messi e foi dominado durante boa parte do jogo. No entanto, teve a favor o brilho de jogadas individuais e o equilíbrio defensivo para sacramentar a volta à final da Copa América depois de 12 anos. A próxima parada agora é no domingo, contra Peru ou Chile, que decidem a outra vaga nesta quarta-feira, em Porto Alegre.
Aleluia, Jesus!
A semifinal desta terça começou disputada, aguerrida e com muitas faltas. Inflamados pela cantoria das torcidas durante os hinos, os jogadores exageraram na força das divididas. Os times se estudaram nos primeiros minutos, em busca de um encaixe. Casemiro grudou em Messi, Philippe Coutinho era vigiado por De Paul e a partida era travada. Embora com menos posse de bola, a Argentina deu o primeiro susto, em um chute de Paredes.
O Brasil tocou a bola com paciência e saiu na frente após Daniel Alves desequilibrar. Foram dois lindos dribles até a bola chegar na ponta para Roberto Firmino cruzar para a área. Gabriel Jesus só tirou do goleiro Armani para abrir o placar, aos 18 minutos. A torcida brasileira, até então quieta, diferindo da euforia dos argentinos, então cantou animada no Mineirão, confiante e livre do sufoco de ver a agonia de um 0 a 0 se arrastar por muito tempo.
Jesus até então zerado na Copa América acabou com o jejum pessoal num momento importante.
Domínio argentino
Mas logo depois quem começou a dominar o jogo foi a Argentina. Messi passou a ditar o ritmo pelo lado direito, pois recebia a bola com liberdade e encontrava sempre com quem tabelar. Aos 29 minutos, o camisa 10 cobrou uma falta para Agüero acertar o travessão e deixar a maior parte do Mineirão em apuros. O lance fez o time argentino crescer e ficar muito perto do empate. Acuados, os brasileiros ficaram à espera do fim do primeiro tempo.
No intervalo, o presidente Jair Bolsonaro, que ganhou uma camisa do Cruzeiro, desceu ao gramado para cumprimentar torcedores enquanto o técnico Tite mexia na equipe. Éverton deixou a equipe e deu lugar a Willian. A alteração foi para fazer o time ter mais chegada pelo lado esquerdo e não só na direita. Uma tentativa boa, porém insuficiente para solucionar o problema chamado Messi. O camisa continuava a incomodar bastante.
A cada participação dele no jogo, uma horda de brasileiros tentava recuperar a bola de forma desesperada. A Argentina encontrava espaços no segundo tempo, inclusive com uma liberdade absurda para Messi. O camisa 10 teve a comodidade de entrar na área aos 11 minutos e acertar a trave. A Argentina era melhor no jogo e ousou minutos depois, ao colocar Di María e ganhar mais um atacante.
De Jesus para Firmino
O Brasil estava dominado pelo adversário, sem saída de jogo, como se fosse um boxeador nas cordas. Quando o empate parecia perto e o time aparentava cansaço novamente Gabriel Jesus resolveu. Aos 25 minutos, ele puxou sozinho um contra-ataque, enfrentou três argentinos e só rolou para Firmino completar. Os 2 a 0 premiaram a eficiência, mas não o domínio de quem estava melhor no jogo.
A partida ficou ainda mais faltosa no fim. O Brasil demonstrou cansaço, amenizado somente pelos gritos de "olé" e de "eliminado" vindos da torcida. Abatidos, os argentinos viram o quanto a seleção brasileira pode ser eficiente e fatal. Aliviada, a seleção brasileira passa por mais um jogo sem sofrer gol e se aproxima do título.
Aos argentinos, resta a esperança de dias melhores pela boa atuação da seleção e, principalmente, de Messi. A torcida, como sempre, reconheceu o esforço e cantou mesmo com a derrota.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 x 0 ARGENTINA
BRASIL – Alisson, Daniel Alves, Marquinhos (Miranda), Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus (Allan), Roberto Firmino e Éverton (Willian). Técnico: Tite.
ARGENTINA – Armani; Foyth, Pezzella, Otamendi e Tagliafico (Dybala); Paredes, De Paul (Lo Celso), Acuña (Di María) e Messi; Agüero e Martínez. Técnico: Lionel Scaloni.
GOLS – Gabriel Jesus, aos 18 minutos do primeiro tempo. Roberto Firmino, aos 25 do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Tagliafico, Acuña, Daniel Alves, Foyth, Martinez, Allan, Agüero.
ÁRBITRO – Roddy Zambrano (Equador).
PÚBLICO – 52.235 pagantes.
RENDA – R$ 18.744.445,00.
LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
Agência Estado/Gazeta Esportiva/DomTotal.com