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Mesmo com uso político da Copa América, Bolsonaro tem pior avaliação em 1º mandato

Vaiado no Mineirão e Maracanã, embora tenha sido também aplaudido de maneira menos exaltada, o presidente segue com pior índice de aprovação desde Fernando Collor em 1990.

 

 

No Maracanã, durante a final da Copa América, o presidente quis testar sua popularidade e de seus ministros. (Wesley Santos/Gazeta Press)

 

O presidente Jair Bolsonaro tem a pior avaliação de um presidente em primeiro mandato após seis meses de governo, com 33% de opinião positiva e os mesmos 33% de avaliação negativa, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (8). Segundo o levantamento, divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro se mantém como o presidente em primeiro mandato com a pior avaliação a essa altura do mandato desde Fernando Collor de Mello em 1990. Collor tinha uma aprovação de 34%, mas rejeição de 20%.

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A avaliação de Bolsonaro se manteve praticamente inalterada em relação a levantamento de abril, o mais recente do Datafolha. Na pesquisa passada, o presidente tinha 32% de avaliação ótimo/bom e 30% de ruim/péssimo. A pesquisa de julho foi feita nos dias 4 e 5, com 2.860 pessoas, em 130 cidades, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

A pesquisa apontou ainda uma queda na fatia de entrevistados que preveem uma gestão ótima ou boa de 59% em abril para 51% agora, enquanto a opinião de que será regular subiu de 16% para 21% e o pessimismo ficou estável dentro da margem de erro, de 23% para 24%.

Para 61%, Bolsonaro fez menos do que o esperado, enquanto 22% consideram o desempenho dentro do previsto e 12% avaliam que o presidente superou a expectativa – em linha com os resultados da pesquisa de abril.

Uso político da Copa América

O presidente Jair Bolsonaro tentou fazer da final da Copa América, neste domingo (7), no Maracanã, um teste de popularidade do seu governo. Após a vitória do Brasil sobre o Peru (3 a 1), Bolsonaro participou da premiação das seleções e atletas no gramado do estádio.

Depois de passear pelo gramado no Mineirão – onde foi exaltado, mas principalmente xingado – na semifinal contra a Argentina, em 2 de julho, portanto antes de a pesquisa Datafolha ir às ruas, a agenda no Maracanã foi mais um episódio em que o presidente brasileiro buscou vincular seu governo a um apoio popular. Bolsonaro havia dito que pretendia ir ao gramado acompanhado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, após ser questionado sobre mensagens atribuídas ao ex-juiz e a procuradores da Lava Jato divulgadas pela revista Veja, em parceria com o site The Intercept Brasil. "O povo vai dizer se nós estamos certos ou não", afirmou Bolsonaro na sexta-feira passada.

Havia a expectativa de que Bolsonaro entregasse a taça de campeão ao capitão brasileiro, o lateral Daniel Alves, mas o presidente participou somente da entrega de medalhas. Ele, porém se integrou aos jogadores e membros da comissão técnica e tirou foto com o troféu nas mãos.

Alguns jogadores e membros da delegação fizeram um coro de "mito", como os mais fiéis seguidores de Bolsonaro costumam se referir a ele. Depois, a comitiva presidencial foi vaiada quando caminhou pelo gramado rumo ao túnel de saída.
Durante a premiação, Bolsonaro cumprimentou os jogadores da seleção brasileira, e a torcida não reagiu – os aplausos surgiam a cada atleta anunciado, e, aparentemente, não se referiam ao presidente nem aos ministros e parlamentares.

Antes disso, Bolsonaro entrou no gramado acompanhado pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, e foi massivamente vaiado por parte da torcida, embora também tenha sido aplaudido.

Já o ministro da Justiça, Sergio Moro, preferiu não descer ao gramado. Mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato e reveladas pelo The Intercept Brasil o colocaram no centro do noticiário político desde o início de junho, quando sua atuação como juiz de processos relacionados à operação passou a ser questionada.

Reuters/Agência Estado/Gazeta Esportiva/DomTotal.com///