"Este governo irá tolerar denúncias de um jornalista gay estrangeiro? Ou irá silenciá-lo, confirmando temores do potencial de autoritarismo de Bolsonaro?", questiona o jornal americano, que traz um perfil do jornalista responsável pela Vaza Jato; o texto descreve que a casa de Glenn é cercada hoje por seguranças armados e 27 câmeras de segurança
Em seu texto, o jornalista Terrence McCoy traz a informação divulgada pelo site O Antagonista, porta-voz da Lava Jato e de Moro, de que a Polícia Federal estaria investigando a vida financeira de Glenn, algo visto por diversas entidades de jornalismo como perseguição do Estado. Para ele, as ameaças sofridas pelo editor do Intercept são um teste para o atual governo de Jair Bolsonaro.
"As ameaças públicas contra Greenwald representam um teste inicial para o Brasil sob Bolsonaro, o ex-oficial militar de direita que ganhou a presidência no ano passado com apelos ao nacionalismo, homofobia e nostalgia pela ditadura militar de duas décadas do país", diz o texto do Washington Post.
"Este governo tolerará denúncias prejudiciais de um jornalista gay estrangeiro? Ou irá silenciá-lo, confirmando temores do potencial de autoritarismo de Bolsonaro?", questiona ainda. “É mais do que apenas Sérgio Moro. É sobre o tipo de governo que vamos ter", opina o próprio Glenn Greenwald.
"Ele sofreu ameaças e denúncias após as revelações de Snowden. Mas isso parece diferente, ele disse. É mais pessoal", diz o texto.
"Em Snowden, eu era apenas o repórter", disse Greenwald. “Nesse caso, não há uma fonte identificável, então eles me identificaram pessoalmente, como se eu fosse a pessoa que pegou o material", comenta Glenn. “Eu sou um bom alvo. Sou estrangeiro. Eu sou gay. Sou casado com um político socialista”.
A reportagem conta que Glenn vive em sua casa no Rio de Janeiro, com seu marido, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), e seus dois filhos brasileiros adotivos, além de vários cachorros, sob a vigilância de 27 câmeras de segurança e muitos homens armados desde a divulgação das conversas.
“Nossa constituição é muito dura na defesa da liberdade de expressão e imprensa”, diz Leandro Demori, editor executivo da Intercept Brasil. “Mas as nossas instituições são fortes o suficiente para proteger a constituição? Acho que não. Eu realmente não acho. Estamos com medo", completa.
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