Para o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247, Jair Bolsonaro tentará fazer com Glenn Greenwald exatamente o que Trump fez com Julian Assange, do Wikileaks; "O jogo é pesado. O ‘Ocidente’ está em guerra contra a China e contra o mundo não alinhado. Dilma foi derrubada, Lula foi preso e o Brasil foi ocupado. A Vaza Jato desorganizou o jogo. Estamos assistindo agora a reação. O Império contra-ataca"
Minha visão sobre o caso dos hackers é simples: Bolsonaro tentará fazer com Glenn Greenwald exatamente o que Trump fez com Julian Assange, do Wikileaks. E a discussão não terá nada a ver com a autenticidade ou não das mensagens.
Ao caracterizar o editor do Intercept como mandante da invasão de celulares de autoridades, mesmo sem qualquer evidência que vá além de eventuais delações forçadas de “hackers”, o governo brasileiro retirará de Glenn Greenwald as prerrogativas que protegem os jornalistas.
Se ele será preso ou não, como desejam alguns aliados de Bolsonaro, é outra história. Seria um escândalo internacional, que caracterizaria de vez o Brasil como uma ditadura ou, na melhor das hipóteses, uma pós-democracia. Mas será que Bolsonaro se importa com a imagem do País?
O jogo é pesado. O “Ocidente” está em guerra contra a China e contra o mundo não alinhado. Dilma foi derrubada, Lula foi preso e o Brasil foi ocupado. A Vaza Jato desorganizou o jogo. Estamos assistindo agora a reação. O Império contra-ataca.
Leonardo Attuch
Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247, além de colunista das revistas Istoé e Nordeste
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