Revista ‘Veja’ aponta ligações de integrantes da família da primeira-dama com crimes que vão desde o tráfico de entorpecentes a estelionato.
Enquanto aparecem os primeiros documentos que indicam uma ligação direta entre o esquema Queiroz-clã Bolsonaro e a milícia de Rio das Pedras, uma das mais violentas do Rio, reportagem da revista Veja aponta ligações da integrantes da família da primeira-dama, Michele Bolsonaro, com crimes que vão desde o tráfico de entorpecentes, envolvimento com milícias e estelionato.
Segundo revelou a revista Crusoé, os vínculos do ex-PM Fabrício Queiroz e do clã Bolsonaro com as milícias do Rio teriam como elo de ligação o restaurante de uma ex-funcionária do gabinete de Flávio Bolsonaro.
O ex-tenente da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do “Escritório do Crime”, como são conhecidas as milícias de Rio das Pedras, base eleitoral do bolsonarismo, teve sua mãe e esposa empregadas no gabinete de Flávio Bolsonaro. A mãe do ex-tenente participava do esquema de arrecadação de Queiroz.
Já a revista Veja publicou reportagem que mostra que Maria Aparecida Firmo Ferreira, avó da primeira-dama e que nesta semana foi localizada no corredor de um hospital público onde esperava a dois dias por uma cirurgia devido a uma fratura de bacia, foi presa aos 55 anos pela 1ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do Distrito Federal “com 169 ‘cabecinhas de merla’, um subproduto da cocaína”.
Segundo os investigadores, a prisão ocorreu no ano de 1997, após o registro de uma denúncia anônima relatando o tráfico de drogas a apenas 3 quilômetros do Palácio do Planalto. Ela acabou condenada a cumprir uma pena de três anos em regime fechado. “Em maio de 1999, quando já estava presa havia um ano e oito meses, tentou subornar um agente, oferecendo-lhe dinheiro para que a levasse até sua casa”, diz ainda a reportagem.
“Por causa dessa infração, ela ficou na solitária e teve os benefícios de progressão de pena suspensos — e só deixou a penitenciária, em liberdade condicional, em agosto de 1999. Sua punição foi oficialmente considerada extinta em 2000”, completa o texto.
A mãe de Michele Bolsonaro, Maria das Graças, também teve problemas com a Justiça. “Em 1988, quando Michele tinha 6 anos, a polícia descobriu que sua mãe possuía dois registros civis — um verdadeiro e o outro falso”, diz a reportagem. Um tio da primeira-dama, João Batista Firmo Ferreira, sargento aposentado da Polícia Militar de Brasília, foi preso em maio deste ano “sob a acusação de fazer parte de uma milícia que age na Sol Nascente, onde mora com a mãe, Maria Aparecida, a avó de Michelle”. João Batista está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, e o processo tramita em segredo de Justiça.
Jornal Monitor Mercantil///